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 02 - Jornada

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Shanoa
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Shanoa


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Ficha do Personagem
HP HP:
02 - Jornada JJXZErR100/10002 - Jornada GnsUAW7  (100/100)
SP SP:
02 - Jornada I1VDEPa70/7002 - Jornada GnsUAW7  (70/70)
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MensagemAssunto: 02 - Jornada   02 - Jornada Icon_minitime08/10/18, 02:39 pm

02 - Jornada Pokemon-randomizer-nuzlocke--regiao-de-kanto-13219067-030620182248
O sol começa a esquentar bem mais em Pewter, chegando em torno dos 30º centígrados. Devido ao horário atual, muitas pessoas mantêm as janelas abertas para que a brisa da floresta de Viridian tragam um frescor agradável da natureza no descanso após o almoço, revigorando também, de forma terapêutica, as pétalas das flores que passam o dia todo no calor, comportando-se como recepcionistas daquela localidade. A maioria dos adultos, principalmente os homens, se arrumam para seguir adiante no segundo expediente de trabalho, atuando em escavações próximas da Montanha da Lua para fornecer um material rico em espécimes fossilizadas de pokemons pré-históricos e pedras preciosas para o Museu de Ciência da cidade, enquanto as crianças vespertinas ajustam as mochilas nas costas que contém materiais didáticos sobre tipos e comportamentos de pokemons da região em que vive, sendo basicamente o conteúdo estudado nesse semestre nas escolas. Uma coisa em comum sobre essas duas atividades é que o ritual só está completo quando um abraço apertado de mãe ou um beijo carinhoso da esposa é feito na despedida, tornando assim a jornada muito mais gratificante até a hora de voltar e dizer “lar, doce lar”.

Claro que a descrição poderia encaixar muito bem em famílias comuns com um ótimo relacionamento e boa comunicação, mas como vocês não sabem, a família de Mariko  não é algo que pode ser intitulado como “normal” pelas pessoas de bem. Quem vêm de fora, os compara com animais raivosos que vivem lutando e gritando em prol da conquista de território e direitos sobre a outra espécie residente naquele lugar.


— PARA DE JOGAR MINHAS COISAS PELA JANELA, MULHER!!! — Uma voz infantil e bem aguda ecoava por toda a propriedade, o que poderia caracterizar um indivíduo com bastante raiva de alguma coisa... Ou de alguém.

— EU JÁ FALEI QUE AQUI VOCÊ NÃO VIVE MAIS, NÃO FALEI?!?! — Brandia uma pessoa de voz feminina e bem mais firme que a anterior, dando a entender que questionava como se estivesse impondo uma ordem absoluta.

Confusões assim na família Ötsuka são recorrentes... No primeiro dia de habitação, logo após ter organizado as caixas e os móveis da mudança, a briga fervorosa e os palavreados de baixo calão rolavam soltos na propriedade nova, apenas para decidir com quem ficaria a suíte de luxo no andar superior da residência. Lógico que entre as “carícias” e “poesias” de pai, mãe e filha, houve a presença de policiais e forças da lei para amenizar a situação, os obrigando a esclarecer o ocorrido tanto para as pessoas da vizinhança quanto nos depoimentos exigidos na delegacia. Com o tempo, várias denúncias foram realizadas nos dias que se passaram na nova estadia em Pewter e, ainda sim, a família Ötsuka tinha que se explicar muitas e muitas vezes, dando muitas e muitas desculpas. Com o tempo, os habitantes começaram a se acostumar com o bando de bárbaros e passou a conhecê-los melhor com encontros casuais nas ruas, mercados e até mesmo nas reuniões de pais e professores da escola próxima.

— EU SÓ VOU VIAJAR, PORRA!!! NÃO VOU ME MUDAR COMPLETAMENTE!!! — Dizia Mariko antes de dar um salto temerário pela janela do primeiro andar e fugir do que parecia ser um abajur de Wailmer voando pelo ar em alta velocidade, atravessando o céu daquela tarde ensolarada e caindo bem em cima de um arbusto florido próximo da casa que serviu de amortecedor para ambos.

— FALE DIREITO COMIGO OU EU QUEBRO TODOS OS SEUS DENTES COM UM SOCO DE  MACHAMP, SUA PIRRALHA!!! — Brandia Emiko olhando para baixo com um alto teor de fúria similar a um Gyarados no rosto enquanto revelava o punho fechado para a filha jogada no chão, chegando ao ponto de tremer o membro intimidador justamente por causa da raiva que sentia ao colocar extrema força na mão.

Idosos que costumam permanecer sentados em um banco largo de madeira na frente da varanda observam com uma feição tranquila e de paz, aproveitando o show de horrores do outro lado da rua enquanto tomam um refrescante chá gelado oferecido pela senhora Megumi. Por falar nisso, dotando uma aparência velha e a energia de uma adolescente fogosa, nós temos Sasaki Megumi (佐々木恵 - Árvore de apoio de beleza abençoada), uma mulher muito carismática com aproximadamente 60 anos de idade que age como uma espécie de cuidadora para outros velhos moribundos e caducos da família. Com cabelos esbranquiçados como a neve, olhos profundamente cansados pelo tempo, pele enrugada igual a uma uva-passa e sorriso sem dente extremamente infantil, a coroa emana humildade e sabedoria para aqueles que buscam seus conselhos ou que precisam de ajuda na confecção de ervas medicinais e ingredientes para o preparo de almoços e jantas diários. Muitos dizem pela cidade que ela é extremamente maluca porque lidou com pokemons psíquicos poderosos na infância, gerando assim um certo teor de loucura ou demência, variando conforme o momento.

— Um final de semana inteiro de lavagem de roupa suja que a Emiko vai jogar uma cadeira pela janela. — Dizia a velhota esbanjando um sorriso sapeca no rosto e uma bandeja tremulante nas mãos, contendo algumas bebidas suadas com pequenos guada-chuvas e canudos coloridos.

— Feito. — Em coro, os outros sentados no grande banco respondiam após a aposta, pegando também um copo gelado enquanto ela passava por todos de maneira calma e tranquila.

Entre barulhos de objetos se quebrando pelos cômodos e sons de pancadas extremamente fortes enquanto Mariko adentrava novamente em casa pela porta da frente, não demorou muito até o que fora profetizado pela senhora Megumi se tornasse realidade. Assim que um silêncio estranho prevaleceu no ar por alguns segundos, uma cadeira foi praticamente arremessado de modo sobrenatural pela janela, quebrando parte da vidraça e arregaçando a madeira talhada contra o cercado de pedra da família Ötsuka.

— Eu disse... — Rindo de leve, Megumi comemora por ter vencido a aposta ao se sentar em uma das pontas.  — Agora todo mundo vai lavar sua própria roupa suja no final de semana... Inclusive as minhas. — Sendo a única que realizava os afazeres domésticos, teria um final de semana inteiro para relaxar e fazer absolutamente nada.

Obviamente, nenhum deles gostou de perder, emitindo assim várias reclamações e grunhidos de repúdio, até porque, por conta da idade, já não eram tão desprovidos de energia jovem, o que poderia dificultar bastante na hora de carregar os cestos de roupa e colocar na máquina de lavar para que, por fim, pudessem estender no varal. Mas voltando ao fator principal, a garota que já estava de saco cheio de toda aquela confusão finalmente se retirava a passos pesados, batendo a porta de maneira brusca e carregando consigo as tranqueiras nas costas enquanto passava em frente dos idosos refrescados pela bebida gelada. Acenando com uma das mãos ao sorrir vergonhosamente para todos, acaba por revelar uma abertura e nem percebe um objeto voando na direção da cabeça da criança, atingindo com tanta força que a fez cair de cara no chão e arrastando por alguns centímetros à frente na estrada de terra.

— ESQUECEU SEU DIÁRIO, SLOWPOKE!!! — Emiko sorria de maneira vitoriosa da janela quebrada, como se tivesse ganhado pontos extras por ter acertado com precisão a cabeça da própria filha e tê-la feito cair.

— Hoje você está pegando pesado, jovem Emiko... Porque toda essa brutalidade? — Megumi questionava com o seu semblante calmo e voz serena, dando também alguns pequenos goles no chá.

— Ah, senhora Megumi! — Dizia ela de modo surpreso após diminuir bem mais o tom de voz para se dirigir até a idosa. — Ela decidiu se tornar uma treinadora pokemon... Então não posso mais trata-la como uma garotinha. — Sorrindo complacentemente, a mulher respondia ao limpar a vestimenta da sujeira que havia feito por causa da confusão.

— Entendo, entendo... Na minha época, os pais faziam a mesma coisa com seus filhos, mas diferente de agora, eles simplesmente não aceitavam igual você, pois temiam pelos perigos que poderiam enfrentar. — Assentindo, Megumi comenta ao relembrar coisas do passado, sentindo também uma leve nostalgia enquanto massageava a parte de baixo do queixo com uma das mãos. — Se ela sobreviver a floresta, então o resto é moleza. — Fintando o olhar para Mariko que estava ainda jogada de cara no chão, a velha observava de maneira séria para a garota.

— Não dou um ano...  — Comenta Emiko pela desgraça da filha ao rir de leve. — Agora que ela vai embora, podemos fazer uma super festa aqui em casa, que tal? —

— Estaremos na porta as 19:00. Tem preferência por sobremesa? — Questiona a senhora Megumi se virando em direção dos velhos, mas permanecendo parada no mesmo lugar.

— Aqueles Macarons que você trouxe da ultima vez estavam deliciosos! — Sorria a mulher com o próprio comentário, ficando levemente com água na boca só por relembrar do sabor dos doces da senhora Megumi. — Tem problema pedir por eles tão encima da hora? —

— Nenhum problema. — Respondia a idosa. — Vamos velhotes, ta na hora de cozinhar... E no fim, quero todo mundo de banho tomado e trajados de maneira apropriada, porque hoje é festa na casa da jovem Emiko! —

Com alguns comemorando por causa da celebração e outros desprezando o fato de cozinhar agora, todos se levantam com o copo vazio em mãos daquele banco claramente confortável e se direcionam para dentro de casa, acenando casualmente em despedida para Emiko e curvando o corpo de leve por justa educação. A senhora Minako também não perdeu tempo e adentrou após não sobrar nenhum deles do lado de fora, confirmando ao fintar o olhar de um lado para o outro na varanda. A senhorita Ötsuka, entretanto, fica alguns segundos parada no mesmo lugar, observando a própria filha que ainda estava jogada no chão com a cara na terra. Inconsciente ou não, a deixou por ali mesmo ao se dar de ombros e retornar para os afazeres domésticos, pois tinha muito a fazer e pouco tempo até os convidados chegarem.

Os minutos passam e o sol começa a ficar bem mais infernal com o horário da tarde. Como não tinha nuvens no céu e não havia sinais de chuva que poderia cair no final do dia, as cigarras ressoam suas melodias e clamores por entre as árvores próximas até se espalhar por toda a cidade. E pela alta temperatura, Mariko apresenta sinais de vida ao ter leves espasmos nos membros do corpo, como se estivesse recuperando a consciência. E levantando a cabeça de maneira súbita, a garota recupera o fôlego com uma profunda inspiração desesperada, como se não tivesse respirando por um bom tempo. Tossindo logo em seguida por ter engolido terra, a mesma tenta se levantar do chão enquanto limpa a vestimenta da sujeira que havia acumulado por causa do tombo.

— M-Minha cabeça... — Comenta Mariko ao massagear suavemente com a ponta dos dedos o local atingido pelo objeto voador, sentindo também uma leve tontura que a fazia cambalear algumas vezes no próprio eixo. — Um dia desses ainda mato minha mãe... — Dizia ela enquanto limpa o rosto sujo de poeira, percebendo também a tal “arma do crime” jogado no chão com os olhos claramente vermelhos. — Mas eu não tenho diário. Minha mãe ta maluca de vez? — Pegando com uma das mãos, analiza o pequeno caderno surrado. Não parecia novo, mas também não estava em condições de ser considerado velho. E dando-se de ombros, não estava afim de joga-lo fora por gostar da estética que aquele diário apresentava, colocando assim por entre as tranqueiras na mochila e começando a caminhar para a saída de Pewter.

Andando de forma destemida, logo avistava o arco gigante que anuncia tanto a chegada de pessoas como a retirada na cidade com as mensagens de “Bem-vindo” e “Volte sempre”. Nas proximidades, as flores coloridas e aromatizadas balançavam o corpo esverdeado cheio de pétalas pela leve brisa dos ventos que vinha da floresta de Viridian, como se estivessem se despedindo ou recepcionando qualquer um que passasse por ali. Parando bem na divisa, Mariko hesita por alguns segundos, observando o chão em que pisa e imaginando que aquilo seria o primeiro passo para outro bem mais longo e distante de uma jornada cheia de aventuras, perigos e desafios. Não é qualquer um que consegue colocar os pés para fora de casa, porque isso requer coragem de abandonar o conforto do lar e da família apenas pela emoção de sentir as dificuldades que a vida proporciona ao lado dos companheiros humanos e pokemons. Respirando profundamente ao estar ciente que não tinha mais como voltar atrás e aceitando que agora é finalmente uma treinadora pokemon, ela dá o primeiro passo para fora de Pewter com um leve sorriso de canto da boca.


Antes que pudesse perceber, Mariko já estava por entre as árvores e vegetação fechada, notando uma diminuição de temperatura e sentindo um clima extremamente agradável da floresta, fazendo-a esquecer completamente aquele calor insuportável de poucos minutos atrás. A primeiro momento, é uma sensação estranha, essa de viajar sozinho... Ninguém nunca sequer imagina tal possibilidade e, quando está diante da oportunidade, já se toma as próprias decisões sem qualquer tipo de preocupação. O problema nisso tudo é que as pessoas não são capazes de ensinar esse tipo de coisa em detalhes, forçando os curiosos a buscar pelas respostas por si próprios e aprender da pior maneira possível. Se esse tipo de experiência é boa ou ruim, só o tempo consegue dizer... Mas uma coisa é certa: Mariko já sente os nervos a flor da pele só por estar sozinha numa floresta cabulosa, cheia de pokemons selvagens e nenhum meio de garantir sua própria segurança.

— Essa floresta me dá uns calafrios esquisitos... — Dizia ela com nervosismo ao ficar atenta nos arredores e evitando lugares suspeitos ao apertar as alças da mochila com as próprias mãos. — Como as pessoas conseguem passar por aqui? — Seguindo pela trilha única da vegetação, ouvia barulhos esquisitos e movimentações estranhas nas folhagens gerados pelos ventos sutis. Para quem nunca sequer saiu da cidade, esse poderia considerar como o melhor cenário possível para um ataque surpresa de alguém muito suspeito.

Caminhando de modo precavido, a garota notava um certo padrão na trilha em que segue, como se mesmo que toda a selvageria da vegetação cobrisse o caminho, ainda seria possível entender por onde deveria ir. Se é planejado ou não, com certeza é algo realmente admirável, afinal, já evita que as pessoas se percam facilmente naquele lugar. Entretanto, o pensamento da treinadora pokemon foi devidamente jogado no lixo quando percebe uma bifurcação mais a frente.

— Ótimo... — Dizia ela com um ar de desapontamento. — Esquerda... Ou direita... — Sem placa ou qualquer tipo de aviso, Mariko se manteve parada por algum tempo ao olhar para os dois lados, esperando se alguma pessoa passaria por ali ou se surgisse qualquer tipo de sinal que indicasse o caminho correto, mas como bem sabemos, isso não aconteceu. — Se eu tivesse telefone, poderia ligar pra minha mãe perguntando pra qual lado fica a cidade... —

Nesses momentos, muitos tentariam a sorte ao escolher o caminho certo de forma aleatória com um graveto de árvore... Outros teriam paciência e permaneceriam parados até que alguma alma surgisse naquele lugar e desse uma indicação da direção certa... Mas é de Mariko quem estamos falando, então o inusitado sempre pode acontecer, por pior ou melhor que seja. E com essas palavras, um pequeno Caterpie surgia de modo tímido por entre um arbusto próximo e se arrastava calmamente pelas folhagens mortas no chão, como se estivesse indo para algum lugar em específico. Mas seu caminho é impedido por um pé gigante, o fazendo se questionar sobre o porquê de aquilo estar na rota que costuma fazer há muito tempo. Olhando para cima com curiosidade, descobre que estava sendo observado por uma pessoa de cabelos de fogo e com olhos de puro ódio. Assustado, apenas se treme de medo no mesmo lugar, sem chance de conseguir escapar daquela situação estranha.

— Um Caterpie... — Dizia Mariko com certo repúdio porque odiava insetos. — Morra mil mortes. — Sem hesitação, levanta o pé que estava impedindo o caminho do pokemon e o esmaga sem dó e nem piedade quanto ria de leve pela maldade que estava fazendo.

— NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!! — Uma voz do além começava a ecoar pela floresta em um tom elevado de desespero e angústia. Nas proximidades, outro matagal bem mais robusto balançava com fervor após a ação inusitada da menina que ainda mantinha a sola do pé sobre o pobre pokemon larva. — Porque você fez isso?! — Saindo do esconderijo, um menino mais rechonchudo e franzido com chapéu de camuflagem cheio de galhos e folhas surgia subitamente a passos rápidos. — Eu to atrás desse Caterpie a uma semana! — Lamentando-se, o garoto realçava uma feição de quem estava prestes a chorar, mas ainda mantendo a raiva por ver que o seu alvo fora abatido com tanta facilidade.

— ...que? — Dizia ela de modo inexpressivo, tentando entender o que diabos estava acontecendo naquele momento. — Você... Queria esse bicho? Toma... — Chutando de leve para a direção do menino, ela entregava o resto que havia sobrado do pokemon com uma pegada enorme na pele esverdeada. — Aproveita e me diz o caminho certo pra Viridian... Porque to perdida. — Apontando para trás com o polegar na direção da bifurcação, Mariko pedia de modo ingênuo para o gordinho.

— Caterpie! — Ficando de joelhos ao lado da larva, analisava com cuidado a situação do pokemon. Não estava morto, mas o susto o fez desmaiar e não saberia quando poderia recobrar a consciência.

— Alôôô? Terra pra garoto gordo, responda... Qual o caminho pra Viridian? — Questionava ela, como se estivesse perdendo a paciência por aquela cena um tanto quanto nojenta de um garoto com um inseto falecido.

— Você me paga, menina... — Revoltado, o mesmo se levanta de modo cabisbaixo, mas ainda demonstrando um alto teor de fúria. — Vai levar tanta picada do meu Beedrill que vai ficar parecendo um queij- —

— ...?! —

A ação foi muito rápida para ser entendida de modo conciso, mas se for para explicar, digamos que uma pedra havia acertado a cabeça do menino e o fazendo cair no chão de modo inconsciente logo após a tentativa de pegar a pokebola por entre os bolsos da vestimenta e liberar o poderoso Beedrill. E mesmo após atingir o alvo, o objeto continuava a flutuar no ar, como se estivesse sendo controlada por algum tipo de poder estranho e sobrenatural. Das sombras, ouve-se pisadas lentas e pesadas... O som vinha por de trás do garoto... E dando um passo em recuo por causa do leve medo que sentia, Mariko percebe a aproximação de uma criatura amarela bastante velha que carregava duas colheres em mãos. Era um Alakazam.

— ...oi? — Confusa, apenas observa aquele pokemon recém-chegado com olhos cheios de dúvida. — Você... Você quer alguma coisa? T-Tá perdido também? — Questionando, o mesmo não apresentou qualquer sinal de resposta naquele momento, apenas se mantendo parado enquanto mantinha um olhar fixo para os dois jovens. — V-Você por acaso não sabe o caminho pra cidade de Viridian, sabe? — Abrindo um dos olhos como se estivesse levantando uma sobrancelha, a pedra, que antes se mantinha imóvel no ar, começa a ir na direção de um dos caminhos lentamente. Com um movimento sutil de cabeça, Alakazan parecia informar que a garota deveria seguir a rocha flutuante, revelando assim o destino que tanto desejava. — Obrigada, eu acho... — Relutante, a mesma assente em agradecimento pela ajuda prestada e começa a caminhar pelas folhagens e árvores, fazendo com que a pedra se movesse conforme a velocidade das passadas de Mariko. Olhando por cima do ombro para descobrir se o pokemon iria permanecer ali, já não o via mais, nem mesmo o garoto que estava jogado no chão. “Desapareceram!” Pensou ela de forma surpresa com o desaparecimento. “Mas... Pra onde eles foram?”

Sem saber se a pergunta poderia ser respondia, Mariko não aguentaria permanecer ali por mais tempo. Mesmo que as árvores pudessem cobrir grande parte do céu ensolarado, o dia estava seguindo curso para o anoitecer. E percebendo então que a floresta começava a se abrir bem mais com o decorrer da caminhada, nota-se um grande carvalho próximo da saída. Aparentando ser um grande ponto de referência e de turismo, já se enxerga outras pessoas por ali que tiravam fotos e conversavam entre si. A pedra, também, que estava flutuando no ar, jazia no chão com os poderes esvaídos. Suspirando de modo aliviado, agradecia mentalmente ao Alakazan por te-la feito encontrar o caminho certo e evitado qualquer tipo de adversidade. Com o ânimo recuperado, voltava ao curso normal em direção ao laboratório de estudos e pesquisas do Professor Oliver, onde pegaria seu primeiro pokemon e iniciar de vez uma jornada como uma verdadeira treinadora pokemon.

— Finalmente... — Dizia Mariko se espreguiçando em cansaço após chegar em Viridian depois uma longa caminhada. — Agora só mais um pouco e é Pallet. — Otimista, a jovem caminha calmamente pela cidade que não apresentava grandes coisas além de um outro ginásio pokemon que, aparentemente, estava fechado após visualizar a placa na porta ao passar pela frente do mesmo. — É, não tem muita coisa por aqui... O jeito é continuar seguindo em frente. — Comenta a garota que tentava enxergar lá dentro através das portas de vidro, porém, era muito escuro e não se podia ver nada. Sem ter o que fazer, continuou pela estrada até seguir em direção da próxima cidade.











Bem longe dali, em um galpão sujo e abandonado onde diversos pokemons evoluídos eram mantidos encaixotados, um pequeno grupo de pessoas suspeitas conversam entre si ao analisarem um pedaço de papel em mãos.

— Senhor, tudo pronto para a viagem. — Dizia um deles ao terminar de verificar as informações da folha. — A lista conta com 30 pokemons recém tomados de treinadores habilidosos. A maioria tentou resistir e tivemos que silencia-los por precaução e segurança. —

— Entendido. Agora tudo que resta é carregar o avião e se preparar para o transporte. A noite vai ser longa e precisamos ficar atentos. O chefe não vai permitir falhas se algo de errado acontecer, estão ouvindo? — O maior do grupo brandia de modo ríspido para os demais, como se fosse o líder daquele bando.

— Sim, senhor! — Em coro, os outros 5 confirmam veemente com as ordens recebidas. E não perdendo tempo, todos começam a trabalhar de forma energética, arrumando os grandes caixotes que continham os pokemons no interior do grande avião de carga de forma ordenada.

— Como planejado, sairemos de Cinnabar as 23:00h e passaremos sobrevoando por Pallet, Viridian e Celadon. O tempo estimado da viagem é de 6 horas. Sem qualquer tipo de problema, chegaremos em Saffron ao amanhecer e o nosso fornecedor estará esperando a gente com uma maleta grande de dinheiro. Depois desse serviço, vamos comemorar com muita puta e bebida no bar, entendidos? — Dizia o chefe com um sorriso de ponta a ponta no rosto enquanto observava os capangas trabalharem.

— Sim, senhor! — Novamente, todos confirmam o plano e continuam os carregamentos.

— Hm? — Sentindo o celular vibrando na cintura, percebe que era o fornecedor ligando. — Tacho falando... Sim, ta tudo indo como planejado... É, vamos chegar de manhã cedinho... Não, a polícia já foi despistada e mesmo que encontrem o galpão, vai ta tudo vazio... Charles, para de enxer meu saco, vai dar tudo certo... E a grana, já ta com você? ...Ótimo, é disso que eu gosto... Os pokemons? A maioria dopada porque não ficavam quietos quando foram tirados dos treinadores fracassados, mas garanto que são de ótima qualidade... É, conseguimos dar um jeito neles... Não, a gente se vê em Saffron, beleza? Falô. —









Após uma caminhada de 15 minutos ao usufruir de muitos atalhos, Mariko finalmente chegava na cidade de Pallet, onde era considerada um povoado do interior e que todos se conheciam. Sendo bem menor que Pewter e Viridian, a única coisa importante que faz com que o lugar prospere é o laboratório do Professor Oliver, onde o mesmo gerava uma circulação monetária razoável através do turismo e rendesse os empregos modestos da população local.

“Ali está...” Pensava a garota ao visualizar a estrutura grande no pico da colina enquanto corria na direção do mesmo. — PROFESSOR, CHEGUEI!!! — Gritando de modo contente ao se aproximar da entrada, Mariko nem perdia tempo e adentrava de modo brusco pela porta, anunciando a chegada. Entretanto, o que via nada mais era do que o vazio, porque não tinha ninguém lá dentro além de folhas jogadas no chão com rabiscos estranhos e ilegíveis. De luzes apagadas, o cenário consumido pelas luzes do sol da tarde que vinham das janelas entreabertas despertava um desejo de bisbilhotar na menina, mas a atenção logo foi tomada por 3 belas pokebolas que se mantinham firmes numa maleta prateada que estava em cima de uma mesa limpa.

— Finalmente, cheguei no laboratório... — Dizia um rapaz ofegante e suado, trajando um jaleco branco com um chapéu esportivo escrito “Vai, Tauro-Manos!” na aba e carregando uma mochila com vários cartazes enrolados em cilindro no interior. Sem prestar atenção, sentia a porta do laboratório bater em algo pesado, fazendo seja lá o que estivesse ali ser empurrada pra frente. — Ué? Desde quanto tenho peso de porta? — Questionava a si mesmo ao observar o interior do laboratório, percebendo então que havia acertado as costas de uma garota.

— OW TIO, QUAL O TEU PROBLEMA?! — Reclama Mariko com uma das mãos nas costas por causa da dor que sentia pelo impacto da porta ao ter quase caído no chão com o empurrão brusco. — Vê se presta atenção, ta ligado?! —

— Er... Quem é você e o que você está fazendo no meu laboratório, garotinha? — Confuso, o professor questiona com uma das sobrancelhas levantadas ao adentrar no local.

— Você me chamou até aqui... Ai, ai, ai... — Recompondo a compostura, ela massageava o local atingido. — Só não foi pior porque eu to de mochila, sabia? —

— Ah... Você deve ser a Mari, correto? Ötsuka Mariko, filha de Ötsuka Emiko. — Mudando a feição de surpresa para satisfeito, o professor caminha na direção de um controle remoto em cima de uma estante e jogando as coisas que carrega em qualquer lugar. — Venha, venha... Sinta-se a vontade. — Apertando um dos botões do controle, as janelas que estavam entreabertas eram fechadas com trancas eletrônicas, os refrigeradores no teto que permaneciam desligados agora emanavam uma brisa refrescante no ar e as luzes que se mantinham apagadas revelava então o tão chamativo laboratório de estudos e pesquisas do professor Oliver. — Senta ai no sofá. Temos umas coisas pra conversar. — Dizia o rapaz ao ir na direção da cadeira que permanecia atrás da mesa central, se sentando nela de modo desleixado e arremeçando uma das pokebolas que estava naquela maleta  prateada.

Mariko só tinha a apreciar o momento, caminhando calmamente pelo ambiente enquanto observava com atenção cada detalhe. Tinha considerado antes um lugar muito bagunçado e estranho, mas após ter uma iluminação decente, troca totalmente de pensamento e dava lugar a imagem de um cenário descolado e rebelde, o que poderia refletir bem a personalidade da garota. — Uoaahhh... — Se sentando confortávelmente onde lhe fora indicado, recebia em mãos uma pokebola jogada pelo professor. — E isso é...? —

— Seu primeiro pokemon. — Dizia ele sorrindo em satisfação ao colocar as pernas em cima da mesa e os braços atrás da cabeça.

— Espera... Não é o treinador que escolhe o pokemon por conta própria? — Questiona ela um pouco confusa por aquela ação inusitada.

— Vai se acostumando porque não sou desses... Eu basicamente estudo aqueles que seleciono a dedo e vou atrás do que melhor se encaixa com a pessoa. E no seu caso, levou um tempo... Mas o que está ai dentro é basicamente o que mais combina com você, Mari. —

Empolgada, não conseguia conter o sorriso que esbanjava no rosto. Com a pokebola em mãos, tenta imaginar que tipo de pokemon haveria ali dentro. — Sai daí, pokemon! — Sem demora, já arremessa-a no alto e libera o novo companheiro de jornada ao proferir tais palavras, mas a expectativa foi do topo ao chão num piscar de olhos ao visualizar aquele que saiu da esfera. — Hã?! Você só pode ta me zoando... —
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