Capítulo 1 - Cavaleiro Dourado

Sayako se afastou dele no momento que Ryuga dissesse pra continuarem, e no momento que se afastasse, o homem voltaria ao normal e reiniciaria seu caminho como se nada tivesse acontecido. -Se isso tiver pego numa cidade inteira, não há garantias que não chegue no resto do Japão. -Comentaria ela aturdida com tudo aquilo. Eles não teriam problemas em se locomover até o cemitério, porém teriam que ir a pé até lá, e isso demoraria pelo menos duas horas e durante o trajeto encontrariam algumas poucas pessoas andando perdidas como a primeira. Assim que chegassem no local não veriam nada de diferente de qualquer outro cemitério, tirando a alta concentração de energia negativa do lugar. -Então aqui é o ponto de encontro deles, mas só esse fator não deixaria essa quantidade de energia. -Diria ela atenta ao redor, pegando o mapa pra voltar a fazer o feitiço e descobrirem pra qual lado os dois grupos foram.

Conforme ambos os Makais entrassem mais no cemitério, uma leve névoa iria se fazendo presente no chão, de início bem rala pra depois começar a ficar mais densa e cobrir completamente os pés de ambos. O tempo estava nublado na região, o que deixava o ar mais gélido e o cemitério mais sobrenatural. Ryuga seguiria seus instintos até encontrar um pequeno templo e um homem saindo lá de dentro, um sacerdote. -Oh, precisam de ajuda, irmãos? -Perguntaria enquanto se aproximava, mas ao perceber a espada do rapaz, pararia com receio. -Devo dizer que aqui não é lugar de violência. Devemos dar paz aos mortos. -Diria ele olhando pra ambos sem gostar do que via e Sayako colocaria uma mão no ombro de Ryuga enquanto guardava o mapa que brilhava magicamente. -Desculpe Onmyoji-dono. -Diria ela. -Não seja por isso, querida, sou Seimei. Precisam de ajuda? -Perguntaria novamente sorrindo enquanto guardava algo dentro do kimono.

-Ryuga-san, Sayako-san. -Diria ele sorrindo. -Certamente os vivos são importantes, mas garantir a paz dos mortos também é muito importante. -Responderia ele ainda sorrindo. Seu jeito de falar era bem calmo, apesar de todo o redor. -Sim, estou ciente, por isso estou aqui. Senti a energia deste lugar e estou analisando pra saber o que está soltando tanto miasma. -Continuaria ele, olhando de Ryuga pra Sayako enquanto que o rapaz o analisava na tentativa de descobrir algo, mas não sentiria nada de ruim nele, apenas uma grande energia. -Eu encontrando o que quer que seja, poderei purifica-lo. -Diria agora fechando os olhos. -Vocês teriam alguma informação? -Perguntaria ele voltando a abrir os olhos rapidamente ao perceber alguém surgindo atrás dele. Sayako se prepararia para uma batalha contra esse alguém, pegando seu pincel. Era um homem vestido de kimono tradicional dourado, com uma máscara de bico acima da cabeça, cabelos brancos e asas negras nas costas. -Seimei-sama, encontrei uma pessoa cheia de miasma próxima a uma árvore milenar. -Diria ele, sua voz era suave e sua forma de falar era submissa. Sayako ficou atenta esperando, mas quando viu que Seimei conhecia ele, guardou seu pincel novamente. -Muito bem Otori-kun. Me leve até lá. -Diria ao rapaz que se levantaria prontamente se ponto na frente de Seimei e olhando curioso para a dupla. -Irão conosco, Ryuga-san? Pelo que notei sua parceira é uma Makai Hoshi e ela pode ser de grande ajuda. -Perguntaria ele fazendo Otori esperar. -Seimei-sama, ele pode fugir. -Diria Otori pacientemente guardando os braços dentro da manga enquanto o mesmo fazia um sinal pra que esperasse. -Vamos? -Perguntaria Sayako indecisa quanto ao que fazer, afinal foram pra lá com outro objetivo.

Seimei olhava pra Ryuga sorrindo. -Que bom, achei que teria que resolver isso sozinho... Ajuda é sempre bem vinda! -Diria isso ao ouvi-lo dizer sobre a Ordem tê-los enviado. Assim que ele pôs a armadura, os olhos de Seimei se arregalariam por breves segundos, mas voltariam a serenidade de antes. -Soo, então você é o novo Ogon Kishi! -Ryuga se aproximava dele que não se moveria e permaneceria olhando pro mesmo, ouvindo o barulho de metal característico em suas pegadas. -Ryuga-san? -Perguntaria Sayako sem entender o que o rapaz estava fazendo ao se aproximar tanto do Onmyoji. Otori se virou pra eles desembainhando sua lança, mas ficaria parado ao ver uma mão de Seimei o mandando parar e assim Ryuga continuaria sua frase. -Sooka, então vamos! -Nisso ele se viraria pra Otori e este lhes guiaria pelo cemitério a dentro. Era maior do que parecia, porém correndo eles logo chegariam à tal árvore milenar e um homem estava parado de costas pra eles. Ele tocava com sua mão na árvore e ela emanava uma aura densa que descia pelo solo. Esse homem vestia roupas sociais negras, calçava sapatos sociais e tinha uma katana presa no cinto. Além disso ele não tinha cabelo e o que deveria ser sua pele parecia ser osso. Algumas borboletas estranhas voavam pelos arredores, elas brilhavam num tom verde piscina e eram negras como as trevas. -Demorou Onmyoji... -Diria ele sem se virar. -Vejo que trouxe ajuda... Não foi muito esperto. -Continuaria ele, agora se virando e mostrando seu rosto. Ele era puramente osso e seus olhos brilhavam como aquelas borboletas. -O que quer dizer com isso? -Perguntaria Seimei preocupado, enquanto pegava seu colar de contas e alguns talismãs. Nisso a terra começaria a fazer uns ruídos estranhos e de alguns túmulos começou a emergir mãos cadavéricas. -Acho que temos problemas! E-eu não gosto desse tipo de filme! -Disse Sayako desesperada pegando seu pincel.

Dados

-É o que parece, Aibo! -Disse Zaruba respondendo sua pergunta. -Ogon Kishi... -Nisso ele começaria a rir. -Omoshiroi da! -Diria de forma energética, como se estivesse sorrindo, mas não daria pra saber disso. Assim que Ryuga se aproximasse pra atacar a árvore, Seimei se poria na frente e defenderia seu golpe. -Esta árvore não pode ser destruída! -Disse irritadiço pelo golpe do aliado, ficando em guarda. -Eu devo purificá-la, ela é o que protege este cemitério, esse ser sabia disso! -Diria ele enquanto o homem esqueleto dava uma reverencia ocidental debochada. Os esqueletos saiam do chão e Sayako invocou sua armadura para lutar contra eles, aproveitando-se do longo alcance de sua arma para acertá-los antes que se aproximassem. -Otori, me proteja enquanto eu purifico a árvore antes que seja tarde! -Diria Seimei uma ordem e logo o homem pássaro acataria, ficando atento à retaguarda de seu mestre. Nisso Ryuga avançou contra o esqueletão, e da mesma forma que o atacou, ele lhe acertou uma das borboletas, que mordeu a armadura com tamanha brutalidade que ele sentiria os dentes dela transpassar e lhe ferir gravemente entre o ombro e o pescoço. -Hahahahaha! Interessante!! Mostre-me mais, Ogon Kishi!!!! -Gritava como se aquilo fosse o maior prazer. A espada do cavaleiro dourado também havia acertado seu inimigo, e uma boa parte do tórax estava quebrada.