Parte Interna do Prédio

No andar em que se encontravam, Onuris não sentiria nada, comprovando que Sam e Castiel realmente haviam livrado aquele andar dos espíritos para que pudessem fazer um ponto seguro. A energia mais forte vinha mais de baixo, bem abaixo na verdade, o fazendo percorrer o corredor de antes, podendo escolher entre a escadaria de emergência ou o elevador.

T'challa seguiria pelas escadas, era em espiral e o corredor era fechado, sem janelas e com uma iluminação precária. Algo que por algum motivo faria T'challa ficar desconfortável, de certa forma angustiado, como se pegasse alguns dos sentimentos dos espíritos do prédio. Porém, quando ele começou a cantar aquela oração, ele pode ver a forma distorcidas de alguns espíritos, de forma transparente, quase como se visse suas áureas. Eles se afastavam dele, lhe dando passagem. Aquela sensação cessara e ele poderia descer mais andares sem desconforto ou impedimentos. Seguindo o rastro do espírito mais forte, ele chegaria no Subsolo do prédio, onde vários carros se encontravam estacionados, cada um em sua vaga. Lá realmente a energia estava bem forte e densa, o que faria T'challa sentir o local bem mais frio ao ponto de sair fumaça de seus lábios e também um leve suor brotaria de sua testa.

Dados teste

Seria um pouco mais difícil achar a localização exata do espírito, sua energia estava forte em todos os locais, porém conseguiria encontrar o ponto mais elevado de energia e segui-lo, chegando numa área proibida de alta tensão. Ali era o quadro de energia geral do prédio e estava cercada com telas de grades e trancada. Lá dentro, sentado no chão abraçando as próprias pernas, estava um menino. Ele chorava forte, e isso fazia a energia dele se transbordar e aumentar de uma forma surpreendente.

Onuris se aproximaria sem problemas da criança, que ainda permaneceria na mesma posição, chorando. Assim que ele disse tais palavras, a criança parou de soluçar e aos poucos levantou a cabeça para olhá-lo. Era um garoto oriental sem dúvidas, sua pele bem pálida quase cinza, olhos profundos com olheiras e suas roupas em trapos velhos chamuscados. Ele não tinha qualquer marca de queimadura pelo corpo, o que seria um fato estranho. -O senhor pode me ajudar? -Perguntou o garoto, sua voz era suave e tristonha. -Sou Carlos. -Disse agora se levantando aos poucos e se aproximando das grades, porém sem toca-las. -Por favor, me tira daqui, eu... Não consigo abrir. -Disse ainda triste olhando pra tela de proteção das caixas de eletricidade do prédio. Onuris se lembraria de um detalhe muito importante: o ferro retarda os espíritos e eles não tem como atravessar. No caso ali, havia ferro na tela e a grande caixa de energia também feita de ferro cobria toda a parede atrás dele. Não demoraria muito e um som alto seria ouvido, certamente algo explodiu, porém não seria ensurdecedor, contudo, pó cairia sobre Onuris, do teto. Nesse mesmo instante o garoto fica com uma ira tão profunda que sua expressão muda e ele solta um grito tão alto, que faria o leão se curvar e suas orelhas sangrarem. O jovem desapareceria num flash e a garagem ficaria sem luz, sendo ativada as pequenas luzes de emergência, iluminando precariamente. Nisso a friagem aumentou, de forma que faria partes menos quentes de Onuris tremer. Ele ouviria sussurros por todos os lados, dizendo "fogo" "nos deixem em paz" "saiam daqui" repetidas vezes e ecoosas.

Aparentemente T'challa falou pra si mesmo na garagem, se transformando em sua verdadeira forma no processo e encantando-se com a luz do sol, como se o mesmo estivesse dentro da garagem e sobre ele. Fez o circulo de sal em volta de si como uma proteção, mas nada parecia vir em sua direção ou estar naquele lugar, visto que a energia sentida se esvaiu completamente com o desaparecimento do garoto. Talvez a energia do garoto estivesse deixando os espíritos mais fracos longe dali ou quem sabe outra coisa. No que o sol estava iluminando, T'challa veria algo brilhar de leve dentre os carros, e o brilho era num dourado puro que só ouro poderia fazer ou algum tipo de amuleto arcano relacionado com o sol.

Ele se aproximaria sem problemas do artefato no chão, e ele era um pingente, provavelmente de um colar, já que tinha um encaixe para a corrente. Esse pingente lembraria o Ankh egípcio, o qual representava a vida eterna, vida após morte, é associada à Ísis e Osíris. Também diz que trás proteção, saúde e felicidade. Com sua experiencia em artefatos, ele poderia notar a idade do pingente, que deveria ser da quinta dinastia egípcia, anterior ao século III, onde os egípcios passaram pela cristianização. Por perto do pingente não haveria mais nada além dos carros, contudo, ao olhar mais adiante, quase dentro de um boeiro, um pano branco.

Ao olhar o trapo com atenção, suas suspeitas estariam sendo concretizadas. Certamente era um pano usado para involucrar um cadáver mumificado, muito usado pelos antigos para manter seus corpos em estado conservado para que fossem imortais. Eles retiravam todos os órgãos, os deixavam em conservas dentro de potes para que se mantivesse em bom estado também. Alguns povos usavam essa tática para um dia voltar à vida, no intuito de voltar ao trono e levar seu povo à vitória.

Onuris se transformaria num leão aos poucos, conforme seus ossos estalavam e sua musculatura se modificava, seu tamanho foi reduzindo, sua coluna foi deixando, seus membros se moldando, até que se tornaria um leão legítimo. Ele iniciaria uma corrida pelo prédio assim que conseguisse rastrear o cheiro dos companheiros, seguindo a direção e subindo as escadas rapidamente. O cheiro de fumaça atrapalhava um pouco, mas por ter bastante experiencia em rastrear caça em condições extremas, nada o atrapalhava de fato, encontrando-os no primeiro andar.

Local de postagem.

O grupo tem uma breve desavença, nada grave no final, mas que faria o menino se encolher um pouco. Os três ao sentirem o cheiro vindo da tubulação ficaram exaltados, preparados para um possível confronto, enquanto o menino se escondia atrás de Ximeerra, como uma cria em busca da proteção de seu progenitor. No mesmo instante que Onuris se transformava em meio leão novamente, Ximeerra tocava uma nota grave de seu instrumento musical e a partir desse momento todos se sentiriam mais fortes, como se a energia que emanava dela lhes ajudasse de alguma forma, bombando mais suas musculaturas. Com a armadura que cobria todo o corpo do jovem leão, ao bater de leve com o dedo no metal da ventilação, eles ouviriam o ecoar do mesmo pelos dutos de ar. Não haveria ninguém ali, nem dentro nem fora dos dutos de ar, contudo o cheiro continuava vindo e conforme andavam o mesmo ficava mais forte. Assim que chegassem ao final do corredor, o duto entraria pela parede e teria uma parte que iria pra cima e outra que iria pra baixo, além disso, uma grade retangular jazia no corpo do duto e a parede que era onde faziam a limpeza dele. Pra Onuris seria claro que o cheiro vinha de baixo, já para os outros dois não era tão fácil distinguir uma direção, visto que o cheiro subia também. No que eles seguissem o odor, chegariam no subsolo onde Onuris estava anteriormente e iriam direto pro boeiro onde ele achou o pano preso. Ao que tudo indicava, eles usavam aquele boeiro como meio de entrada e saída sem serem vistos e neste mesmo lugar o cheiro estava bem mais forte, algo que não estava à poucos minutos atrás.

Ordem de postagem escreveu:

Onuris
Ximeerra
Batman