Capítulo 2 - Jogo de Cintura

Ximeerra largaria a mão de seu pai no momento que o líder Coráx o levaria para uma cama de descanso, o agradecendo com um simples gesto no rosto. A moça dificilmente consegue manter sua atenção no monge, voltando sua cabeça constantemente para o corpo de seu pai sempre quando J'Lamba acrescenta algo. Fica de boca aberta quando Zuri indaga sobre a visão tão recente de Melena ao tentar identificar o mensageiro. - Tá cer...! Está correto, senhor Zuri. E creio que eu consegui me sobressair justamente pela minha herança familiar e própria experiência espiritual...mas me coloquei em tal situação pela minha curiosidade em primeiro lugar. A incandescência do mensageiro poderia inflamar os sentidos de qualquer pessoa despreparada. - Confirma a descrição do monge, enquanto remexe seu pensamento quanto o nome mencionado duas vezes pelos nativos, remexida pelo título da própria entidade.
    - Minha mãe se apresenta como Boahinmaa Graça, dentre a nossa vida no Brasil, apesar do nome em si significar a despedida da mesma de seu povo...ela...nunca abandonou completamente a nacionalidade e linguagem dela no final das contas. Dito que o marido a apoiava religiosamente, tal crença é fortemente comum na nossa região, e a influência tomou conta do espírito do homem, e creia-se que mais que apenas a umbanda, considerando sua fé. A qualidade que eu mais admiro da minha nação de nascimento, é a laicidade, apesar de todo o preconceito ainda moldado...por desinformação. - A gaúcha aborda sobre seu parentesco para o monge, com um olhar fixo e mãos e pernas juntas, porém suas mãos cobririam seu rosto por desdém ao criticar a questão degradante sobre a má fama de outras crenças no país brasileiro.
   - De qualquer maneira, eu estou mais do que preparada para contatar esse guia, só me direcione...devo começar pelo plano umbral, ou há algo a ser feito no nosso? Mas antes de tudo... quem é Cahlash? E o que essa...figura...devora? - Finalmente Melena se cumpre com a tarefa assim como indaga a força da natureza citada pelo monge.

Habilidade Ativa:

- Ah...mas é claro que era mais um apelido dela... - Comenta em voz baixa para si mesma, com a cabeça levemente abaixada seguindo de um suspiro, até que volta a olhar seu pai. Melena sente um medo humano das trevas incompreensíveis e iminentes no caminho traçado, mas o estado de seu pai e relembrando os eventos recentes situados tanto no ritual até mesmo na noite que encarou o assassino de seu falecido amante, todos esses pontos a cumprem com o sentimento de responsabilidade como uma criatura confiada de Gaia e de seus orixás pelo seu aspecto humano, ao mesmo tempo que passa a conectar outros pontos em relação a fama de Dente Negro dentro da história de Wakanda.
   - Eu não vou dizer que não...estou...com medo...malu...J'Lamba. Mas eu confio nas minhas capacidades e potências pra dirigir nessa direção. Eu não tenho muito o que falar, só seguir. - A gaúcha aborda sua resolução para o mulato, ainda tímida, com a sua outra mão complementando a outra dele, e passa a olhá-lo de forma sugestiva. - Dito isso...eu ainda preciso preparar esse carro. Meu líder...eu desejo aprender duas heranças místicas da nossa tribo, duas disciplinas ritualísticas. De forma prática, uma que inibe as capacidades mais tenebrosas de um opressor, também chamada de "'Furto de Memória". E a segunda, um aplique que ultrapassa a superfície de qualquer torre ambulante no campo combativo, chamada de "Benção de Batalha", porém a citada requer mais um Corax para a prática...minha mãe me contava histórias desse potencial do Corax em situações que o requisitam.  - Sorrindo com o pedido, olha de maneira mais penetrante para o corvídeo, com um tom de voz afável.
   - Me empreste seu esforço e gnose, para praticar esses dois dons antes da minha ida. E você mesmo poderá me deitar para o ritual de entrada para a Umbra, como um belíssimo cavalheiro faria como uma dama em seus braços... - Ximeerra assim faz seu pedido condicional, manifestando sua gnose entre as mãos no momento que J'Lamba se afasta do centro.

Ações escreveu:

1. Pedir para J'Lamba que pratique-a para utilizar os dois ritos citados caso o mesmo possua tal dom, ajunto com a possibilidade de outro Corax próximo.

Capacidades:

Teste de Convencimento escreveu:

Ximeerra efetuou 1 lançamento(s) de dados (D10.) :

2

2 e 3. Canalizar gnose para conjurar ambos os ritos caso o pedido seja cumprido entre os Corax.

Habilidades:

Habilidade Ativa:

- En-tendido... - Um tanto apática quanto o pedido ser adiado, se choca com a realização cavalheira de J'Lamba ao carregá-la para a cama, passando a olhá-lo afetuosamente com um largo sorriso. Assim é deitada ao lado de seu pai, Ximeerra olha para o rosto  febril de Marques e para o Corax se despedindo ao largar seu punho, mandando um beijo com a mesma mão mão para o mesmo como um gesto carinhoso e descontraído.
   Com as mãos no peito e pernas juntas, volta sua atenção para Zuri, do qual a instruí sobre o processo de desdobramento, respondendo o monge com um aceno de cabeça. De olhos fechados retendo o sentido de visão, traz sua atenção para o cântico egípcio ditado pelo mulato, fazendo-a tentar traduzir mentalmente por curiosidade cultural, também aguardando o resultado do processo.

Ações escreveu:

1. Se ajeitar calmamente na cama ao ser deitada.
2. Tentar compreender o cântico egípcio ditado por Zuri.

Capacidades:

Teste de Línguas escreveu:

Ximeerra efetuou 1 lançamento(s) de dados (D100.) :

52

Habilidades Ativas:

---

---

Por um instante, deitada, Melena começaria a sentir-se diferente. Ainda que de forma sutil, em certo tempo, ela sentiria uma espécie de desencadear, seu corpo aos poucos ficaria leve, como que num sono profundo, até que ela se sentisse como que flutuando em algo. Essa sensação cessaria, e então ela se veria de pé e de olhos fechados, para ela seria como se Zuri e seu pai estivesse congelados no tempo, sem respirar, sem mover-se, assim como ela mesma poderia ver seu corpo deitado na cama ao lado de Marques. Ela estava de pé encarando a si mesma e a cena do mundo corpóreo, porém ao reparar em seu pai, veria que na testa dele, bem onde haveria de ser o chacra do terceiro olho, havia um pequeno ponto de luz dourada brilhante, e deste ponto emergiu uma grande luz, que viria em sua direção. Com isso, seria como se aquela luz a pegasse em seus braços, a levando pelo céu noturno, fazendo uma viajem rápida e inesquecível, como se as estrelas do céu e a paisagem se esvaecessem de tamanha que era a agilidade. Através do trajeto, Melena veria uma enorme montanha coberta de gelo, e lá a luz lhe deixaria ao topo da mesma, em frente a um frondoso templo. Assim, a luz gentilmente tomou forma, revelando uma grande ave, cujo corpo parecia ser feito de raios e trovões.

---

Sem fortes compreensões sobre o cântico de Zuri, a moça passivamente relaxa seus músculos apenas aguardando o momento que sentiria algo diferente em seu corpo. Com o corpo elevado, seria confundível por um sonho lúcido e pesado, mas toma seu tempo para observar seu espaço antes de provocar reações bruscas. O tempo haja congelado perante os olhos da mulata, e o detalhe mais intrigante sendo o terceiro olho dourado sobre a testa de seu pai, do qual instintivamente a atrai para observar com mais proximidade. O emergir da manifestação dessa luz a faz omitir uma reação de espanto, nem mesmo com a capacidade gravitacional da energia. Entretanto, a visão dos astros tão próximos ao seu toque a fez crescer os olhos quase provocando um choro emotivo, os instintos mais primais de uma Corax instigaram tal impressão, porém ainda incapacitada de soltar voo pelo seu contemplar.
   Ao pousar-se em um solo, a gaúcha não sente fortes impressões quanto seus sentidos no plano astral, mas sim com as paisagens que a mesma se depararia. A montanha revestida de gelo, sob um templo que apenas com uma forte percepção poderia tomar uma conclusão culta sobre o local. Ainda sobre a estrutura, observa a luz se manifestando com o elemento trovejante sob os céus formando uma aparência aviária perante a moça.


   Com a básica experiência em relação de projeções, Ximeerra instintivamente sente a necessidade de proteção e percepção, engatilhando a sua transformação física meio primal. Toma a sua forma, naturalmente exaurindo um espírito mais revestido além de sentidos aguçados, dos quais provocam a curiosidade da Corax em quanto seu espaço. Levanta um voo de mediana altitude sobre as escadas, ao tempo que levaria a corva a visualizar o templo e a própria figura elétrica sobre a fortaleza, tentando puxar seu conhecimento a reconhecer a estrutura ou ao menos detectar algum detalhe relevante, pensando alto em sua mente. - Uma gelada, e raios sobre o elemento...será que isso significa alguma coisa? -
   Terminada sua observação, pousa em frente ao templo, ainda abaixo do grande pássaro, e ergue sua voz esganiçada e magnífica para a compreensão da figura. - EU SOU A FILHA, EU SOU XIMEERRA, EU ALMEJO A PALAVRA DO MENSAGEIRO, VOCÊ RESPONDE COMO O TAL? - Bravando de bico para cima, com os pés leves e as asas eretas, ao aguardo de sua resposta.

Ações escreveu:

1. Ativar Crinos após o pássaro manifestar-se. (+10 ESP)

Habilidades:

2. Voar com pouca altitude para subir as escadas enquanto observa o templo por fora.

Capacidades:

Teste de Rastreamento escreveu:

Ximeerra efetuou 1 lançamento(s) de dados (D100.) :

68

3. Abordar o pássaro relampejante ainda desconhecido.

Capacidades:

4 à 24. Esquivas (se necessário).

Habilidades Ativas:

A postura do guardião reativamente a faria ajoelhar-se perante a voz que provoca cargas elétricas no pacífico ambiente, ainda olhando o rosto do pássaro de cabeça elevada. O espírito finaliza sua introdução e alerta, Ximeerra quebra seu silêncio com uma reação risonha e amistosa quanto a recepção da figura majestosa. - MEU EXALTO É RESULTADO DA MINHA NATUREZA TÃO EFUSIVA, EU AGRADEÇO À TUA BEATITUDE PARA CURVAR-ME NESTE ESTADO PRIMAL! ASSIM COMO O SEU ALERTA! EU AVANÇO COM VIRTUDE! - Levantada e de asas abertas, como um gesto de saudação, demonstrava sua gratidão semelhante a de um crente recebendo a palavra de uma entidade, abaixando seus membros e relaxando os músculos ao perceber a abertura do templo.
   O escalão parecia algo mais profundo do que qualquer experimento a umbandista tivesse testemunhado antes, automaticamente a fazendo prosseguir para o interior da estrutura, sentindo sua gnose fervendo em suas veias, e sua fé se concretizando a cada passo.

Ações escreveu:

1. Adentrar o templo.

Habilidades Ativas:

O templo traria estranheza para Ximeerra imediatamente, no instante que gritos e gargalhadas são ouvidas em uníssono, provocando a moral da corvídea, fazendo-a proteger sua cabeça com as próprias asas, enquanto continua caminhando em frente. Ainda visualizando o círculo de estátuas, ficando relativamente intimidada e também maravilhada com as estruturas de pedra em posturas marciais dos representados, cujos ainda conseguiam exercer alguma recepção para a visitante.
   Mais uma voz trovejante se propaga no ar e atravessando os tímpanos da mulata, agora de um guerreiro com uma representação mais autoritária e carnal para os olhos de Melena. A pelagem bastava para destrinchar o queixo da Corax para baixo, o brilho constante e dourado, uma figura berrante de um característico guerreiro lendário se apresentava de tal forma agressiva e imponente, fazendo a moça sentir um breve deja vú, do qual se refere que tal ambientação se encaixaria em uma peça de literatura clássica e épica já lida durante a sua vida. O encanto é um mar de confusões, porém a gaúcha se recompõe dramaticamente no momento que símio repete sua pergunta com um tom de demanda.
   - COMO PODE ENXERGAR, EU SOU UMA ESCOLHIDA DE HÓRUS, FILHA RACIAL DE GAIA E ADOTADA DE HÉLIO! ASSIM COMO DE MINHAS MÃES E PAIS DA UMBANDA E DA TERRA! E FORA O MEU BERRANTE BICO QUE PROVOCOU A VOZ RELAMPEJANTE DO GUARDIÃO ACIMA DO TEMPLO! EU TAMBÉM QUESTIONO A SUA ENTIDADE, POIS AVANÇO COM O DESEJO DE SER TESTADA PELA MINHA ESPIRITUALIDADE! SEJA O QUE DEVERÁ SER FEITO! - A moça em Crinos assim exclama com a estridente e volumosa voz racial para o símio à sua frente. Enquanto falava, o calor do ambiente exalava um ar combativo, chega a influenciar Ximeerra, por um instinto defensivo e simbólico, a tomar uma postura de ninjutsu, referente de um característico pássaro, com a perna esquerda levantada, e as asas e garras erguidas para o alto ainda em um estado de defesa e atenção, estando de pé pela perna direita e com o equilíbrio de seu corpo, aguardante da resposta da figura desconhecida.

Ações escreveu:

1. Tomar a postura Hicho no Kamae enquanto aborda o símio guerreiro.

Capacidades:

2 à 24. Esquivas. (se necessário)

Habilidades Ativas:

Com a resposta da figura símia, saltando para a frente da moça com um ar observador, Ximeerra permanecendo em seu estado meio-humano e corvídeo, também em posição de defesa, quase alcançando uma garra em suas as costas, como se estivesse antecipando um saque rápido. O tamanho e a presença do macaco demonstrava uma certa intimidação para a gaúcha, provocando o instinto de auto-defesa da mesma presente em seu olhar e rigidez de seu corpo. - Herdeiros, 'cê diz? - Pergunta em um tom baixo pela revirada da conversa, levanta uma sobrancelha com o recuo do guerreiro para o trono.
   Volta a ficar ereta desfazendo sua postura, e passa a concentrar-se nas palavras da figura, declarando a missão, com claras informações e alertas. Melena permanecia de boca aberta com a direção estreita dada como próximo passo, sente que diversas perguntas estariam surgindo em sua mente, mas não conseguia soltá-las a tempo, estava prestes a acordar. - Se é assim, eu fico grata com a sua instrução! Eu vou ralar pra não deixar o seu deus na mão! - Com um sorriso no rosto e com as mãos juntas, o seu estado hominídeo volta, apresentando-se para todos do templo a sua forma mais recorrente, soando eufórica para o símio.
   O som do bastão pesado seria o último ruído que ouviria daquele plano, despertando de sua transição, acorda levemente ansiosa, reativamente e imediatamente virando sua cabeça para checar o corpo de seu pai ao lado com uma mão. Sentiria que sua visão estivesse turva, e a audição abafada, ao acabar de voltar para o plano físico. - P-Pai?! M-Monge Zuri?! Ainda tão aqui comigo?! -
   Eventualmente, os sentidos da moça voltariam, e não perderia tempo para relatar sua experiência para o monge que guardava seu corpo. - Zuri, mira aqui... Eu pousei na frente de um templo sob neve e um pássaro trovejante, que se dizia ser o guardião...dos corajosos e destemidos. Entrei no templo, e fui..."vergonhosamente" recepcionada por estátuas de macacos. O primata rei no trono, me pôs na responsabilidade de libertar os tais herdeiros dele...eu não tenho certeza...mas eram aquelas estátuas? Foram petrificados? - A gaúcha pausa ao erguer o queixo para refletir, até que volta sua atenção para o passo seguinte. - Ele...me indicou pra levar um pedaço da roupa que o príncipe que usou no ritual, com sangue e veneno da luta. Nosso destino é no..."Templo Esquecido". Fica nesse mesmo país? E sabe me dizer por onde vamos pegar essa evidência? Devolta no campo, ou alguém guardou? - Após respirar muito, a mulata define seu próximo ato, ainda indagando-se com o começo do mesmo, através da palavra do monge.

Ações escreveu:

1. Desativar Crinos.
2. Abaixar a postura de ninjutsu.
3. Despertar para o plano físico e checar o corpo de Marques ao lado.
4. Relatar sobre sua experiência para Zuri.

Habilidades Ativas: