Capítulo 1 - Acústica do Coração Talhado

Musica Tema - Carry On

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Ximeerra se contenta de chorar enquanto Dean conta de sua missão segurando sua mão, buscando cooperar com os detalhes de seu antigo relacionamento. - Tinhamos planos de casamento, mas nunca conseguimos oficializar, nem dividimos o mesmo teto... E não, ele nunca fez serviço algum de contador pra mim ou pra nós... Ele era um maludo muito metódico, era bem xucro e separava o trabalho da sua vida social...e eu me gamava disso nele... - Revela mordendo os lábios e desviando o olhar para seu lado.
   A moça suspira com o rapaz revelando sua profissão e sua conduta em relação à ela mesma, fica corada e volta a olhar para o lado, assim avistando outro homem se aproximando da mesa, com quase o mesmo porte físico de seu irmão sentado. A mulata olha analisa o homem de pé e volta o olhar para Dean, com uma expressão de quem restaurou um pouco de sua esperança, Melena se ajeita na cadeira e passando a mão no cabelo compulsivamente e volta a sorrir. - Daí...eu captei o que 'cês fazem, mas não sei como. Bem guapos, eu num vô largar vocês pras cobras, agora eu quero saber dessa joça até o talo! Eu sô nenhuma peleadora, mas sô curiosa... só me contem como vamo prosseguir contra esse animal. - A mulata estabelece seu vigor aos irmãos, e volta o olhar para o de pé. - Falando em animal...daí tchê?! Cê é outro bagual quem nem seu mano aqui? Como se chama? - Ximeerra se dirige ao novo rapaz, perguntando extrovertidamente e piscando os olhos freneticamente, com a intenção de quebrar o gelo da conversa com um gesto cômico.

A moça escuta concentradamente as informações de Sam, visualizando a pasta junto com ambos concretizando a investigação. - Andarilhos... de Pele... achava que eram uns cangaceiros lobisomens que escalpelavam a pele dos abostados que pisavam na terra deles, e que bateram as botas anos atrás! - A mulata comenta e fica pensativa por alguns segundos, até que a mesma começa a analisar todos os cantos e clientes do bar de onde estava sentada, com a intensão paranóica de suspeitar de tudo e todos naquele momento. - Sigam maludos... se esses malevos podem passar por outros bichos, como sabemos se eles também não podem virar outros gajos como nós? Nesses dias...parece que tudinho é possível! Como vamos saber que o bandido tá nesse mesmíssimo bar agora? - Ximeerra questiona legitimamente preocupada, porém astutamente sobre as capacidades e paradeiros da criatura para os irmãos.
   Abruptamente tira seu colar de prata de seu pescoço e ergue em frente aos irmãos, inclusive fechando o punho direito que continha um anel também de prata no anelar da mulher. - E como vamos saber se ele num tá passando por um de nós?! - Levanta ainda mais a suspeita que haja o malfeitor disfarçado de forma furtiva por qualquer que seja sua motivação.

Ximeerra escreveu:

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Ximeerra acalma os nervos após a prova com o prego de ferro que Dean proporciona à investigação, após o pedido do rapaz para a procedência da análise de informações, a gaúcha suspira pelas lembranças de sua família e de seu ex-marido não oficial. - Bom... meu maludo era um vaqueiro que não caia ou saía de sua cela! Era firme como diamante nas suas ideologias e objetivos de vida, e respeitava os dos outros... até porque quando nos intimamos...o gajo me convenceu tantas vezes de não desistir de virar uma ídola no que eu expresso, principalmente em crises criativas, mesmo que isso me deixe amontoada de trecos pra cobrir e atrapalhe nosso relacionamento de algum jeito. - A moça aborda a ética e moral de seu prometido com o rosto corado e sorrindo, com as mãos cobrindo as bochechas e tremelicando as pernas. - O gajo nunca levantou uma mão em alguém pra pelear, sempre ajeitava as coisas com seu humor esnobe e crítico. Sendo sisudo daquele jeitinho, ele também arrumava um ou dois inimigos em cada canto novo que se dava cara, ele mesmo notava e me contava tudo rindo dessas situações do trampo...-
   Enquanto aprofunda-se da funcionalidade social e mental do homem em questão, de repente se interrompe com seu estômago roncando alto como sua voz, o suficiente para os irmãos sentirem as vibrações na mesa. -...AAAAIII que mico tchê! Eu esqueci que comi nada desde que o sol se pôs! Ai maludos, eu vou pedir um rango aqui e papeamos mais! - Enquanto chorava de fome, percebe ambos a garçonete e o cozinho atrás do balcão visionando apreensivamente a conversa, a mulata pressiona o olhar com ainda mais suspeitas de seus arredores. Ximeerra assovia e acena para a garçonete avistada chamando sua atenção para fazer seu pedido de imediato.

A gaúcha estranha a voz da garçonete, soava vazia, sem dialeto ou entonação, completamente bizarra para alguém que trabalha diretamente no contato com a clientela do estabelecimento. A gaúcha visualiza de pé a cabeça a moça, continua seu pedido olhando fixamente para os olhos da mesma. - Boa Noite minha consagrada... seguinte, me vê um Cacetinho Misto...tamanho Alfa. E coloca um molinho de pimenta na mesa também, por favor. E só. - Esfomeada, faz seu pedido com a tonalidade mais casual possível, e observa a garçonete sair do alcance da mesa.
   Com a questão de Sam sobre o glifo obviamente familiar para a mulata, a mesma se espanta com a possibilidade da criatura alvejar sua família também. - Ai ai... já vi que o bagulho é sério... e muito emergente. É claro que eu sei desse símbolo. - Bravamente, com os cabelos cacheados soltos e cobrindo suas orelhas, chama a atenção visionária dos irmãos para olhar rapidamente para o lado de seu rosto, afastando sutilmente seus cachos para torcer as costas de sua orelha esquerda mostrando o mesmo glifo tatuado minusculamente em sua pele. Também cobrindo sua mão esquerda para dentro de sua manga, morfando-a brevemente para retirar uma pena negra com a outra mão, e a entrega rapidamente para Dean, como símbolo de confiança. - Só não ache que sou uma galinha, Deanzinho! - Sugestivamente pisca para o irmão, e assim volta para abordar com a voz baixa um pouco mais sobre seu conhecimento da raça. - Minha família toda em casa são Corax, uma gaiola de gralhas azuis gaúchas e seminaristas africanas, Makungurus. E confirmo que tem mais corvinhos azuis nessas terras, só não sei sobre outras miscigenações. Só sei que peguei as melhores partes dos meus pais! Huhuhu! - Aborda piscando seus olhos azuis como o céu demonstrando sua parte paterna herdada, o mesmo gesto faz para sua parte materna, esfregando seu rosto moreno.
   Volta a chamar a atenção dos irmãos para uma suposição. - Fora isso, 'cês notaram alguma coisa esquisita na voz daquela guria? Era mais oca que animal orelhano no gado! Onde já se viu garçonete falando assim com os clientes?! - Comenta sussurrando para os rapazes à respeito do atendimento.

A pequena troca de farpas entre os irmãos traz uma reação um tanto melindrada para a metamorfa, da qual olha para ambos com uma expressão de quem caiu na mudança. - Deanziinhooo, o que você têm contra metamorfas? Ou será que preferia uma gatinha? Uma raposinha? HHÃÃÃ! Ou prefere uma tubaroa?! - Interroga retóricamente Dean, mantendo a situação cômica da discussão.
   Volta a escutar o papo dos caçadores, e a vem atenção sobre o depoimento de Dean de outra sujeita. - Er...ela? São Paulina? De qual gaja tão falando? - Curiosa sobre o que Sam abriu como "exceção" na mesa. Antes que pudesse receber sua resposta, se espanta com o rápido soar sereno e sutil de asas, e com a rápida presença e vista do homem sobrevestido e de porte parecido com o dos irmãos. - Oh... minha mãezinha Oxum, hoje você quis me tacar numa indiada?! - Pergunta ao alto pressionando as mãos com um gesto de reza. - Huumm... mas que pergunta afobada é essa guapo! E quem seria você, hein? - Retruca erguendo as costas de sua mão à mesa olhando fixamente para o todo do indivíduo à sua frente, sentindo algo diferente em comparação aos irmãos Winchester, analisando cada detalhe que possa, até mesmo espiritualmente que os olhos e a intuição possam portar de informação naquele momento.

Ximeerra escreveu:

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A religiosa gaúcha visualiza a cena e ouve o diálogo tão casual dos três em choque, de boca aberta considerando a identidade de Castiel e sua patente entre os irmãos. Começa a gargalhar de aglomeração emocional, sem ter o que dizer, e ainda sim, muito o que perguntar. - A-anjo?! Ai... o quê que a Pomba Gira te me aprontando?! Eu não cheguei tão longe do que consideram sobrenatural pra ainda ser testemunha disso! - Abafa-se em palavras tentando conter sua voz e seus gestos para não atrair atenção à mesa solenemente por sua pessoa. - Eeentão anjinho...'cê disse que os coitados sempre foram morféticos? Só pra se fazer de máscara? Aonde que quer chega...não pera... - E assim a ficha da mulata cai, resultando com a sua reação risonha tornando-se uma surpresa. - Pera aí... tá querendo insinuar que meu ex-marido era um metamorfo?? - Questiona de olhos bastante abertos e dilatados para o anjo.
   Com a informação, põe sua mão em na testa e sente o ronco de seu estômago, toma a chance de bater a primeira mordida no sanduíche para aliviar o stress. O contrário ocorre, com a paranóia que bate em sua mente denovo, e com a antiga suspeita da garçonete e do cozinheiro, começa a despedaçar o sanduíche para inspecionar orégano por orégano, com expectativas exageradas de sabotagem alimentícia.

Ximeerra escreveu:

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- Oh... que susto... - Comenta aliviada expirando fortemente com a clareza de Castiel quanto ao seu ex-marido, por um momento a moça se deixou pensar que seu antigo comprometido teria escondido sua própria raça além de sua doença. Mas também sobre as informações biológicas e cultivas das criaturas, o que atiça sua curiosidade, devorando seu grande sanduíche ao visualizar o diálogo dos três como se estivesse assistindo um filme. Tudo a respeito do criminoso e seu jeito de pensar, e a leva a questionar sobre o uso de magia ritualística do mesmo, tentando desenhar a nacionalidade e vínculos do malfeitor. - Vodu? Então... se ele realmente tá usando rituais assim, de onde vem esse vodu? Tipo... de qual nacionalidade? E qual ou quais loas ele cultua? - Interroga fazendo intervalos entre mordidas.
   Volta a olhar para Dean percebendo sua reação e para onde está encarando, o que a faz inclinar mais o lado de seu rosto. - Huhuhu... tá olhando o quê Deanzinho? Eu metendo a boca no cacetinho? - Pergunta dando uma mordida lenta e sugestiva no lanche encarando-o nos olhos, ainda fazendo joguetes com o homem.