Capítulo 1 - Cavaleiro Dourado

O garoto não ficou quieto, começou a falar um monte, sendo até mesmo desrespeitoso o que faria o kitsune fechar os olhos como se contasse mentalmente pra sua paciência aguentar. Assim que o soltou e passou a andar, o jovem continuou a falar, o fazendo parar no meio do caminho, sem se virar pra ele. -Vocês, a maioria de vocês só pensam nos entes queridos humanos, Makoto mesmo já foi assim. Quando eu o conheci ele era assim e eu busquei sua ajuda, mesmo sabendo que ele poderia arrancar minha cabeça fora. -Deu uma pausa se virando pra Ryuga, o encarando sério. -Tive que lutar contra ele, na época ele estava tão amargurado que vestiu a armadura negra. Eu passei por maus bocados, nem sempre fui bom, mas consegui abrir os olhos desse cabeça dura que é seu Senpai. Se ele fez o que fez, tenho certeza que foi algo bem pensado e que ele tinha que fazer por um bem maior. Não estou frustrado garoto, só quero saber se você aguenta seu destino e o que está por vir... -Disse voltando a dar uma pausa e suspirando, arrumando o cabelo em seguida. -A situação do Japão está delicada, e não existem só humanos e Horrores no meio dessa guerra que está por vir. E nem todo o humano que estiver nela será digno de pena. Makoto não lutava só contra Horrores. -Comentaria olhando pro céu azul. -Eu sou um metamorfo kitsune, na verdade, Rei dos kitsunes. Sou amigo de Makoto e já o acompanhei em diversas lutas. Vim saber se posso ter essa mesma confiança com você, garoto. Eu não tinha como te observar sem me fazer de inimigo, então... Combinei com Gonza-san sua reação e com o garoto. -Disse sorrindo brevemente. -Ao menos você é mais aberto que o Makoto quando mais jovem... -Elogiaria voltando a se virar pra voltar pra casa, e não demorariam. -Tudo bem? Ouvi estrondos. -Perguntaria Makoto se aproximando. -Nakamura Yoko, yoroshiku. -Diria ele estendendo a mão. -Yoko-dono, Ryuga-dono, gostariam de beber algo? -Perguntaria Gonza se aproximando um tanto desconcertado por ter feito parte do plano do raposo. -Quero um chá de camomila. -Gonza só sairia dali após a resposta de Ryuga. -Vamos nos sentar, acho que será uma longa conversa. -Diria Makoto e os quatro poderiam se sentar na sala, nas poltronas confortáveis. Makoto e Sayako sentaram no sofá, um ao lado do outro, sobrando as duas poltronas pros outros dois restantes.

O homem sorriu para o que Ryuga disse sobre a não união entre as raças mesmo com uma causa em comum. -De fato... Mas isso eu posso dizer que foi uma conquista minha. -Disse ainda sorrindo, porém virado de costas pra Ryuga, continuando seu trajeto. -Sua força de vontade é boa, garoto... Mas só isso não dará força pra você superar certos desafios. -Retrucaria de forma calma, diferente de antes. -Só a sua força, só sua vontade de defender a humanidade, são motivos fracos. Muitos seres são considerados Wyrm, mas nem todos são ruins como deveriam ser. Assim como muitos da Mãe Esmeralda, podem fazer coisas ruins. Entenda uma coisa garoto, a luz depende das trevas. -Ele pararia de falar assim que estivesse na frente da porta. -Não enxergue por olhos estranhos. -Diria e entraria, rindo da encabulação dele ao descobrir que era rei. -Hai, ele já foi pior. -Comentaria Makoto rindo de leve. -Se dê valor, garoto. Sou Rei e você é Garo, não precisa se desesperar em estar na minha frente ou de qualquer outro. -Diria Yoko sorrindo abertamente e Ryuga notaria que apesar da idade que ele deveria ter, era bom bonito e não teria problemas em seduzir quem ele quisesse. -Gomen nasai Ryuga-dono. -Diria Gonza se curvando corado. No que o garoto perguntasse sobre sua missão, Yoko olharia pra Makoto parando de beber o chá que Gonza lhe trouxe, entregando também a água pra Ryuga. -Atualmente estamos tendo algumas desordens... Alguns horrores tem aparecido e parecem descontrolados por alguma razão. Sua missão seria encontrar o que está causando esse distúrbio e reportar à Ordem. -Diria Makoto sendo direto ao ponto.

Makoto sorriria com o que Ryuga dizia, enquanto Yoko tomava mais do chá. -Sim, comportamentos estranhos pra Horrores. Como se buscassem encontrar algo. -Comentaria ele achando estranho o comportamento. -O garoto é esperto considerando que não tem como um ser descontrolado se descontrolar. -Diria Yoko rindo de leve pra logo em seguida tossir brevemente voltando a beber o chá. -Eles pareciam se dividir em dois grupos, um foi pro leste do Japão e o outro pra Oeste. Não mataram ninguém no caminho, como se não quisessem chamar a atenção. -Continuaria Makoto pensativo, enquanto isso Yoko deixaria a xícara de chá vazia na mesa de centro e se levantaria, com um leve espreguiçar. -Bem, a conversa está boa, mas infelizmente as obrigações me chamam. -Diria ele e Makoto rapidamente se levantaria pra cumprimentá-lo com um abraço rápido. -Qualquer coisa estamos aqui. -Diria ele e Yoko balançaria a cabeça. -Digo-lhe o mesmo, e pro garoto também. -Diria isso e com uma mão levantada num tchau um portal azul apareceria no meio da sala e assim que ele entrasse o mesmo se fecharia. -Eu irei ajudá-lo. -Diria Sayako se disponibilizando para o serviço.

-Não sou só uma Makai kishi, mas fui treinada como Makai Hoshi. -Diria ela sorrindo enquanto se levantava também. -Eu posso tentar rastrear eles usando magia. -Comentaria mostrando um pincel do tamanho de seu antebraço. Ryuga poderia sentir o poder contido nele. -Fora que se fomos em dupla será mais fácil intercepta-los. -Diria fazendo joinha com uma mão e Makoto se levantaria. -Deixo ela em suas mãos. -Diria ele olhando firme pra Ryuga. -Outra parte da missão é encontrar quem está controlando eles e o que estão procurando. Parece ser algo importante e se isso for ajudá-los, é melhor que saibamos o quanto antes o que é. -Diria ele pensativo os levando até a porta. Assim que saíssem da propriedade, Sayako pegaria um mapa do japão e iniciaria um feitiço, passando o pincel pelo mapa. Ryuga veria um singelo risco verde marcar a posição deles e ir traçando uma linha pelas ruas até chegar num ponto, no exato meio do Japão. Em Nagano, mais especificamente num cemitério de Okaya. -Bem, é aqui que eles se separaram. Pra saber pra que lado foram teremos que ir nesse tal cemitério. -Diria ela apontando com o dedo pro mapa. A casa de Makoto se localizava em Tóquio, em Edogawa. Seria um bom chão e teriam que pegar o metro.

Dessa forma os dois se dirigiriam para o metrô, e lá estaria cheio, cheio não... Lotado. Eles estavam no horário de pico e teria pessoas andando apressadas pra todo lado. Apesar disso, não teriam dificuldades pra seguir na direção correta. O metrô não demoraria pra chegar, mas ao abrir as portas seria uma completa muvuca de pessoas saindo e entrando, que mesmo com toda ordem japonesa, Sayako se esguiaria facilmente entre as pessoas, entrando no vagão, contudo Ryuga não teria tanto sucesso e com o puxão de uma mão se veria lá dentro na frente dela. O vagão estaria bem lotado, o que faria com que ficassem bem próximos, ao ponto do rapaz sentir os seios dela em seu peito. -Gomen... -Diria ela envergonhada, tentando ficar ereta, mas com as costas de outro homem às suas, forçando-a pra frente. Essa viajem demoraria no total de uma hora e somente quando a primeira estação fora de Tóquio passasse que o vagão teria lugar pros dois sentarem. -Odeio metrô cheio... Ouvi dizer que tem uns homens que se aproveitam disso... -Comentaria ela se arrepiando só de imaginar, com feições de nojo. -Logo estaremos chegando... -Diria a seguir ao ver a próxima estação passar pelas janelas. Dito isso eles passariam mais uns 15 minutos dentro do metrô e logo ela se levantaria pra descer. Assim que chegaram na estação de Nagano, a mesma se encontrava deserta e durante o caminho pra fora desta também. -Isso está muito estranho. -Diria Zaruba. -Concordo com você. -Confirmaria ela pegando o pincel atenta.

Ambos ficaram em postura de combate, Ryuga com suas armas em mãos e Sayako com seu pincel preparado. Apesar disso eles não encontrariam ninguém durante o caminho pra fora do metrô e repararam numa placa de aviso que obstruída o caminho, alegando que a área estava contaminada com alguma doença desconhecida e pedia distância até que descobrissem algo, porém lá fora veriam algumas poucas pessoas andando na rua. A energia dessa região está muito forte... Diria Zaruba e os dois poderiam sentir com facilidade, o que chegaria até a incomodar um pouco. Eles poderiam seguir para o cemitério direto ou não, Sayako o seguiria com sua atenção ao redor.

Sayako seguia ele, atenta ao redor, andando de forma que pudessem ver quem vinha de trás e de frente. -Hai. -Concordaria ela com o que Ryuga dizia sobre a infestação. A pessoa que passava na rua parecia alheia a tudo ao redor, andando como se não focasse de fato em algo, porém seguindo a diante. Pra sorte dela, ou não, não haveria carros na rua para atropela-la ou qualquer outra pessoa pra assaltá-la. -Estou achando muito estranho. -Diria ela saindo da postura e correndo pra direção da pessoa, parando na sua frente. Assim que ela entrasse no caminho dele, o mesmo pararia de andar e ficaria olhando perdido pra ela. -Oi? Você está bem? -Perguntaria ela e o homem permaneceria a olhando de forma perdida. -Ele está muito estranho... -Diria ela olhando pra Ryuga. -Nunca vi nada parecido, mas se houverem mais pessoas como esta será um problema. -Continuaria enquanto segurava os ombros dele pra tentar fazê-lo virar e o mesmo começava a gritar como se o estivessem ferindo.