Capítulo 4 - Projeto S.W.O.R.D.

Assim que Onuris falasse da guarda, Shuri apertaria um botão pra avisar reforço naquela área, e não demoraria pra que várias guardas chegassem e ficassem em prontidão nas portas da enfermaria. -Máculas de Cahlash nela?! -Perguntaria sua irmã preocupada com tal informação. -Ok, a deixarei sedada. -Diria enquanto terminava de arruma-la e preparar a sedação. -Vai dar tudo certo maninho... -Comentaria ao ver a expressão dele. Assim que ele saísse da sala, veria duas guardas paradas na porta e elas se prontificaram, acatando à ordem de ronda intensiva naquela área. Onuris não demoraria a chegar na sala de estar onde Kurawa o esperava tomando um chá com sua mãe, conversando sobre assuntos adversos.-Oh... T'challa-sama. -Diria se levantando pra fazer uma reverência assim que ele entrasse. -Sinto pelo que houve com aquele território. -Comentaria ele levantando o tronco e olhando complacente pro outro. Desta vez Kurawa estava vestido com armadura de batalha, que havia entalhada no peito do lado esquerdo o simbolo de sua família, apesar disso, sua forma era humana.

Kurawa ouviria tudo atentamente, porém de olhos fechados como se meditasse no que ouvia. Assim que T'challa terminou se desculpando por suas vestes, o mesmo voltou a olhá-lo sorrindo. -Iie, daijoubu. -Responderia ele. -Sei que em minha cultura isso seria um soco na cara, mas não estou em meu território. -Diria ele ainda sorrindo. -Sinto muito por sua companheira. Lá no Japão temos um alto critério de purificação... Estamos com alguns problemas relacionados a fumores e horrores... Os vampiros ainda estão mais quietos, mas não sei até quando. -Diria ele um pouco aflito. -Órgão de defesa...? É interessante isso. Será que há algum registro da ideia dele ou de alguns nomes pra convocações? -Perguntaria interessado no assunto. -Hai, faz certo lê-la, mas já garanto que não há máculas nela. Se houvesse a purificação haveria mostrado, mas infelizmente essa purificação não purifica a alma. Precisaria de mais poder e teria mais riscos em matar a pessoa ou os sacerdotes no processo. -Explicaria ele calmamente. -Fico feliz em ouvir que aceitará seu compromisso com Naomi. -Disse voltando a sorrir, mas voltando a seriedade. -Pelo que me conta desse líder celta, tem certeza que ele é tão fraco assim? Digo, se ele consegue contaminar o solo, ele tem que ter um laço muito forte com a wyrm... Principalmente se ele usou o próprio sangue... Isso também pode significar que ele pode estar corrompendo pessoas com o sangue dele, o que é bom tomar cuidado. -Comentaria ele agora com tensão em seu olhar e muita seriedade nas palavras. -Eu ainda sou jovem apesar de meu posto, mas creio que meu pai possa conversar melhor sobre isso. Acho que contaminação de solo seja algo grave o suficiente pra que ele venha de imediato, se me permitir contatá-lo. -Suas mãos estavam fechadas no hakama e tremiam de leve com aquela conversa.

-Não exatamente, eles atualmente estão mais concentrados na Ásia, mas temos um segundo nome... horrores. -Diria ele ainda sério. - São demônios que se alimentam de malícias humanas e após comê-los, se vestem como ele para matar mais. -Continuaria enquanto cruzava os braços. -Por isso é algo que pode existir no mundo todo, até mesmo aqui em Wakanda, mas pelo pouco que vi creio serem mais elevados que o resto do mundo. -Elogiaria ele enquanto dava um breve sorriso satisfeito. -Nem me fale em tradições, meu pai é muito antiquado pra essa época hahahaha. -Disse rindo. -Mas é um guerreiro e
tanto.- Onuris explicou sobre a ardilosidade do inimigo, o que fez Kurawa suspirar e balançar a cabeça entendendo tudo. -É realmente uma situação complicada... -E olhou satisfeito quando ouviu que poderia chamar seu pai. Nisso ele colocaria dois dedos na orelha e Onuris poderia ouvir um "bip" baixo. -Chichiue-oh, hai, estou em Wakanda conversando com Tchalla-oh... Hai... Aconteceu uma emergência nessa terra, está em situação crítica. Hai. Hai. -Onuris não conseguiria escutar a conversa dos dois mesmo com sua audição excelente, porém não muito depois o rapaz desligaria e olharia pra Onuris pra logo em seguida outro portal abrir logo ao lado dele, que imediatamente se ajoelhou em respeito. -Shitsureishimasu, Tchalla-oh-sama. -Diria ele numa reverência. Ele era loiro, bem diferente de Kurawa, com olhos azuis céu, pele clara, bem alto chegando com um dedo a menos que Onuris, porte físico médio. Ele vestia uma armadura bem diferente, ou que se assemelhava muito às armaduras de Wakanda, por ter muito tecido. Era de totalidade branca com couro no peitoral a até o início da cintura, mangas rentes à pele e presas num kotê também branco, o tecido em si ia quase ao chão e abria um pouco nas pernas, que mostrava a calça meio larga presa numa bota que ia quase ao joelho, também como o kotê. -Da próxima vez entrarei pela porta da frente. -Disse sorrindo num tom de brincadeira estendendo a mão pra um cumprimento. -Nakamura Yoko. -Se apresentou e assim que Onuris lhe desse a mão sentiria a força dele de forma surpreendente, visto seu porte físico.

-Obrigado T'challa. -Diria em agradecimento às boas vindas, enquanto aceitava o convite de se sentar no sofá, cruzando as pernas em seguida. -Creio que o assunto seja mais grave que suas vestimentas. -Responderia ele num sorriso acompanhando-o na risada. -Mais guerreiro que Rei às vezes, mas creio que eu não seja o único. -Comentaria ainda com um sorriso na face. -Kurawa, por favor me deixe a sós com T'challa. -Nisso, sem contestar, o mais jovem reverenciou ambos e saiu da sala, encontrando-se com Ramona e indo com ela pra outro canto. -Agora que estamos mais reservados, interessante como este lugar está diferente. Sabe que vim aqui pela primeira vez quando era um menino, com meu pai. -Comentou, mas logo tossiu voltando a seriedade. -Momentos à parte, vamos ao assunto principal de minha vinda. -Nisso ele ouviria tudo o que Onuris tinha pra lhe contar, ficando passível na maior parte do tempo, prestando atenção. -Hum, problemas com corrupção no solo não é uma tarefa fácil. -Disse ainda pensativo. -Usar a água do templo pra purificar o solo só se houvesse o suficiente pra cobrir todo o solo de forma única, e ainda sim exigiria muito dos sacerdotes. -Nisso ele olharia pra T'challa esperando uma resposta quanto à água. -Certamente os glifos poderiam ajudar... E entendo o quanto é preciosa a terra, não só por ser um local sagrado. -Diria ainda pensativo, como se tivesse algo em mente, mas relutasse em falar. -Eu poderia ver essa terra? -Perguntaria ele se debruçando sobre o joelho dobrado. -Fico feliz com sua decisão, mas deveria dizer isso ao pai dela, não? -Perguntaria ainda sereno colocando dois dedos sobre uma das orelhas, assim como Kurawa anteriormente. -Kurawa, prepare os sacerdotes e sacerdotisas, e deixe-a avisada, caso precisemos de sua presença. -Nisso olharia pra T'challa esperando que ele dissesse quando poderiam ir para lá.

-Hai, o Japão passou por vários momentos negros como o que passamos agora, e nossa família manteve a tradição e o estudo rígidos para que quando voltasse, tivéssemos forças pra lutar novamente. -Responderia ele sério. -Os mais jovens pensam que é mania de velho, a tradição, mas não entendem o real motivo por trás. -Comentou dando um breve sorriso. -Kurawa é o próximo na linha de sucessão ao trono das raposas, mas ele não gosta de tradição. Nem de estudar ele é fã, apesar de lutar muito bem como já deve ter presenciado, ele gosta de ficar nesses aparelhos eletrônicos de hoje. -Daria uma pausa olhando pra Onuris. -Se ele estudasse mais, saberia o que fazer numa situação como esta. -Terminou de falar pensativo. -Podemos usar a bacia hídrica, deve ser suficiente, mas se prepare que será exaustivo. Vamos precisar de todo apoio militar que possa dar para nossa defesa. Infelizmente não tenho como trazer meus soldados novamente pra cá, mas deixarei que meu filho fique de prontidão junto com seus soldados... Fora isso, o ritual precisará de muita energia além da que os sacerdotes darão. Creio que eu e você damos conta. -Explicaria tudo o que precisava pro ritual. -Vamos ao conselho então. Manterei Kurawa informado pelo caminho. -Nisso ele seguiria T'challa até a sala de reuniões do Concelho e minutos depois todos estariam presentes.

Após o abraço, T'Challa levaria Yoko até a sala de reunião, e assim que todos os líderes estivessem presentes, ele iniciaria seu discurso. Todos prestavam atenção, e no momento em que o rei das Kitsunes fora mencionado, o mesmo fez um gesto de cumprimento para todos. Foram longos minutos de discurso, todos concordavam com tudo o que T'Challa dizia, uns com o olhar, outros meneando a cabeça ou sorrindo, e ao final, todos repetiram as palavras "Yibambe" quatro vezes como T'Challa. Após um breve silêncio, Yoko se faria presente. -Se T'Challa me permite, irei explicar como faremos a purificação da terra. Serão três etapas: A purificação da água, A purificação da energia usada e A purificação da terra. -Diria ele levantando um dedo conforme contava as etapas. -Durante todo o processo o perímetro da bacia deverá ser protegido, de maneira que nenhum ser da wyrm ou corrompido possa chegar perto, da bacia ou dos sacerdotes. -Diria olhando pra todos. -Na primeira etapa, eu e T'Challa precisaremos entrar em estado zen, para que quando estiverem iniciando a segunda etapa possamos entrar na água para nos purificar. -Explicaria e logo K'Uon levantaria uma mão ao ficar com os pés em cima da poltrona e os joelhos dobrados. -Por que você e T'Challa precisam ir, e não só T'Challa? -Perguntou um tanto desconfiado, afinal era a primeira vez que eles o viam. -Porque na terceira etapa a pessoa que estiver dentro da água irá doar sua energia para o ritual, se ele for sozinho vai se sobrecarregar e se precisar lutar não estará em condições. Dessa forma a energia canalizada será equilibrada e não debilitará nem eu nem ele. -Explicou olhando pra K'Uon de forma amena. -Meu filho, Kurawa, estará ajudando-os a nos proteger por todo o momento... Continuando, quando os sacerdotes terminarem de purificar a água, eu e T'Challa precisaremos entrar na água, de preferência no centro da bacia. Nesse momento os sacerdotes nos purificarão para o ritual e assim que for encerrado, a fase três inicia. Na fase três nossa concentração deverá estar focada no ritual, nossa energia servirá de impulso para a purificação e por isso deveremos estar ligados com a terra, que estará em contato com nossos pés. Seremos como a ponte para a purificação, por isso a energia gasta por uma única pessoa pode acarretar na morte da mesma caso ela não tenha energia suficiente. -Daria uma pausa olhando pra T'Challa. -Se por acaso algo corrompido entrar na água ou matar algum dos sacerdotes, a energia que iremos gastar será maior, por isso a proteção é algo fundamental. No Japão somente uma vez minha família precisou fazer algo dessa magnitude, em uma guerra que aconteceu entre os Asuras. O Rei dos kitsunes fez esse ritual sozinho, ele sobreviveu ao ritual, mas acabou sendo morto por seu inimigo minutos depois. Todos os sacerdotes presentes também foram mortos, a única coisa que sobrou foi o registro escrito que ele deixou antes de fazer o ritual. -Deu outra pausa voltando a olhar pros presentes. -Por isso que iremos fazer em dupla. Você confia em mim para um ritual desse porte, T'Challa Mane Dhahabu? -Perguntaria se sentando em seiza no chão em respeito ao Rei de Wakanda, mas por também ser Rei ele não abaixaria sua cabeça por ser de escala social igual.

Yoko ouviu a resposta de T'challa juntamente com a mão dele em seu ombro e sorriu o olhando e se levantando em seguida. -É prudente esperar, pra que possa fazer uma festa à altura de vocês. -Diria ele orgulhoso, mas logo ficando preocupado. -Alguém está corrompido? Purificar uma corrupção dessa é muito complicada e requer não só a força de quem faz o ritual como também a força de vontade do corrompido em ser purificado. -Diria ele pensativo. -Mas nesse caso só os sacerdotes não seriam suficientes. -Disse pensativo cruzando os braços. -Catarata? A "bacia" é água corrente? -Perguntaria a princípio surpreso, mas depois abrindo um sorriso desafiador. -Isso vai ser interessante, você gosta de testar seus limites, T'Challa-Oh! -Diria antes que terminassem a reunião. -Então iremos todos para lá. -Diria B'Tumba enquanto se despedia brevemente, seguindo para pegar sua nave. -Yoko, T'Challa, eu posso ajudar os sacerdotes. -Se disponibilizaria N'Iala cumprimentando ambos os líderes com uma batida no peito. -Eu ajudarei B'Tumba na defesa do lugar, chamarei o máximo de soldados que eu puder. -Disse Draco e J'Lamba concordando com o outro e logo em seguida iriam fazer o ordenado. Yoko seguiria Onuris pelo lugar, poderiam se dirigir à nave e ir para a cascata.