Capítulo 4 - Projeto S.W.O.R.D.

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O lobo só rosnou ao ouvir aquele nome, sem falar nada a respeito, mas mudando sua forma para a primária Glabro o que lembrava muito os filmes antigos de lobisomem, com seus ossos estralando. Em seguida a sua forma não estagnaria e continuaria a mudar, com mais pelos nascendo pelo corpo, suas roupas se rasgaram conforme sua musculatura crescia e tanto seus dentes quanto suas garras cresceram muito. Ele era bem alto, tanto que disputaria em altura com Onuris em sua ultima forma, porém ele continuou, ficando em quadrupede sem maiores diferenças. Assim que o leão rugisse daquela forma intimidadora, arreganhando os dentes e soltando todo o ar que poderia ter em seus pulmões, o lobo saltou pra trás com as orelhas abaixadas e balançou a cabeça, voltando a mostrar os dentes e eriçar os pelos negros, avançando contra o leão numa luta brutal. As garras do lobo eram bem afiadas e foram usadas em conjunto com uma mordida no braço, mas que surpreendentemente foram bem defendidas, como se a pele do leão estivesse mais rígida. Aproveitando-se que ele estava próximo, Onuris atacou-o com sua mão livre, acertando a cabeça algumas vezes, sendo que na ultima ouviria um estralo e o lobo o soltaria, saltando pra trás enquanto se esquivava de outros golpes do leão. Com uma grande velocidade o lobo voltou a atacar, acertando dois arranhões profundos nas pernas e uma mordida na lateral do tronco, sendo alvo de uma marretada que levou na cabeça, com ambas as mãos juntas com os dedos entrelaçados, Onuris bateu fortemente elas na cabeça do cão, o fazendo cair no chão. Seus pelos brilharam vermelho assim como seus olhos e ele se afastou numa velocidade surpreendente, voltando à forma humana no mesmo momento em que um tremor forte faria a batalha parar. Ele uivaria e saltaria, ficando em cima de algo gigante. -Cerberus! Mate eles!!! -Gritaria em ódio, pulando dentro do gigantesco portal e o fechando. Assim que a névoa se dissipasse junto com os dois cães, eles veriam um gigantesco cão de três cabeças. Ele farejava o ar e assim que olhasse pro grupo, urraria.

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No que o leão urrou para o grande cão de três cabeças, o mesmo urrou com as três de volta, tão feroz quanto o felino, aceitando aquela batalha. Apesar da intimidação não funcionar com o cão, Onuris chegou na primeira cabeça com um salto e acertou com suas garras no que seria a bochecha de uma das cabeças. Durante seus golpes, B'tumba também investiu em seus ataques, mirando outra cabeça, juntamente com Danai que mirava a terceira cabeça. Conforme Onuris atacava a primeira cabeça, a mesma conseguia se defender de seus golpes com certa facilidade, mas em um dado momento, quando os três juntaram seus ataques numa tentativa de ficar mais forte, o cão entrou numa postura de defesa e lançou todos de volta pro chão com força e abriram a boca num golpe simultâneo de fogo, gelo e raio, mirando nos três e lançando. O golpe destruía partes do solo, fazendo o mesmo ruir mais do que já estava, levantando poeira e ao passo que um lado congelava, o outro ardia em chamas. Mas antes que o golpe atingisse os três, uma gigantesca cobra saiu de onde Priya estava, ricocheteando o golpe pra montanha a destruindo e avançando contra Cérberus. Nenhum dos três conseguiria se mover por um tempo, só conseguiriam ver a batalha mortal de uma gigantesca cobra avermelhada enrolada no corpo do gigantesco cão, enquanto ele tentava fazê-la soltar a mordendo onde conseguia alcançar.

A batalha entre a cobra e o cão seria brutal, animalesca no mínimo e ambos se contorciam no chão, sendo que a cobra tentava cada vez mais apertar o cão enrolando mais seu corpo nele, porém enquanto ela fazia isso o cão a mordia de todas as formas que conseguia, fazendo o cheiro do sangue ser quase insuportável, além de em certos pontos jorrar conforme a musculatura da cobra tensionava com a força que ela fazia. Não demoraria muito pra que partes do cão começassem a cair destroçadas pela força da outra, contudo assim que o cão desfalecesse, a cobra se desenrolaria relaxando o corpo pra descansar, permanecendo naquela forma. Aos poucos os três conseguiriam voltar a se mover, e se levantariam atordoados pelo que viram. -Aquela era a Priya? -Perguntaria Ozuzo perplexo enquanto se aproximava do cão pra ter certeza que estava morto. Danai olhava pra Onuris de forma preocupada enquanto o resto da névoa se dissipava e B'tumba analisava o perímetro. Nisso ele veria a nave de Draco se aproximando deles e os iluminando com uma luz azulada. -Acabei me perdendo de vocês e não consegui me comunicar... Estava do outro lado da montanha, ainda bem que não fomos pegos por aquela magia aterradora... O que houve? -Perguntaria ele olhando pras partes do que seria um cão de três cabeças e uma cobra gigantesca imóvel deitada no meio de um lamaçal de sangue.

Draco rapidamente se moveu pra fazer o que foi ordenado, ajudando B'tumba e Danai e depois indo averiguar a área. Nisso Onuris ficaria sozinho com Priya, conversava com a mesma, chegando perto e acariciando sua cara, um dos poucos lugares que estava intacto. Ela abriria os olhos e o olharia, com aqueles olhos como os de felino, porém vermelhos como a vez que ela se descontrolou um tempo atrás. -Eu não sei o que eu quero, só... Não queria vê-lo morrer. -Diria ela da mesma forma que anteriormente, porém fechando os olhos. -Não tenho forças... Pra voltar. -Diria por fim ficando quieta. Apesar da névoa ter dissipado, o local ainda estava escuro e a energia ainda era pesada.

Onuris começou a cuidar dos ferimentos dela, não seria difícil curá-los, mas seriam todos em média profundos e sangravam de mais. Sua pele antes perfurada e maltratada foi ficando lisa e suas escamas se reconstruíram, porém sangue perdido era sangue perdido e quando voltou à sua forma humana estava bem pálida, além de nua. -Obrigado... -Diria cansada da batalha, se tampando com os braços e mãos. Nisso B'tumba voltaria e assim que percebesse o estado da moça olharia pro lado. -Verifiquei a parte sul do perímetro, tudo está tomado pela energia de Wyrm. As árvores estão mortas, mas cristalizadas e o solo está completamente contaminado. Quando olhei melhor vi que tem algum tipo de líquido viscoso em alguns lugares, como se fossem veias. -Diria ele dando seu relatório. -Não tem animais por aquela parte e imagino que nem nas proximidades. -Terminaria esperando mais alguma ordem. Enquanto isso Draco ajudava os feridos, levando um a um de volta pras naves pra lá poder fazer primeiros-socorros.

Priya aceitou a camiseta e rapidamente a vestiu, ficando quase do tamanho de uma camisola, mas que ia até o início do quadril. -Ele fugindo é um saco... -Comentaria B'tumba ouvindo o pedido do amigo e retirando sua manta que era usada como escudo e dando-a a Priya, que se cobriria com ela. Quanto ao restante que Onuris falava, surpreenderia B'tumba, e o deixaria feliz também ao saber que poderiam regredir aquela corrupção. -Farei isso. -Diria ele ainda parado esperando mais alguma ordem do Rei, que veio e logo poderiam sair dali. Conforme Onuris a observava, usaria uma habilidade de forma que ela não perceberia e poderia notar algumas marcas enegrecidas no corpo dela, o que indicaria que ela estava do lado do inimigo, contudo não cobria totalmente o corpo dela, como se estivesse dividida de fato. Ele pegaria Priya no colo, visto que ela ainda estava fraca e a levaria pra nave, que ainda estava no chão, as outras já voavam esperando por ele. A volta seria tranquila, Danai estava em sua nave com algumas ataduras no ante-braço e no tronco, porém estava fazendo seu trabalho normalmente. -Você acha que tem como purificar esse território? -Perguntaria ela um tanto preocupada, enquanto Priya dormia deitada num dos bancos. -Você parece preocupado com mais algo. -Diria ela o olhando analiticamente, realmente o conhecia bem.

Apesar da vitória sobre o lobo e o gigante cão de três cabeças, não pareceria uma vitória de fato. Afinal, o território estava contaminado e Priya estava bem fraca. As naves partiriam juntas de volta pro castelo de T'challa e assim como a ida, não tardariam a chegar, embora já fosse noite. Aparentemente a batalha durou mais do que aparentava e assim que as naves pousaram, Ramona se aproxima dele preocupada. -Filho! -Diria ela tocando seu rosto de forma preocupada, o olhando nos olhos quase num choro seco. -O que houve com Priya? -Perguntaria ao notá-la. -Um homem está te esperando, seu nome é Nakamura Kurawa. -Informaria ela ainda preocupada, porém se afastando dele e o seguindo pra dentro do castelo.

Ramona ficaria surpresa com a notícia, colocando a mão na boca enquanto olhava pra Priya que se encontrava no colo de seu filho. Ele não teria problemas em chegar com a enferma na enfermaria, onde encontraria Shuri cuidando de Naomi que ainda estava desacordada; Ramona não iria com T'challa, iria avisar o príncipe de sua chegada. -Naomi está estável, mas ainda não acordou. -Comentaria ela se virando pra seu irmão e dando de cara com a situação de Priya, correndo pra socorre-la enquanto puxava outra maca pra perto do irmão. -O que aconteceu? -Perguntou enquanto ligava os equipamentos pelo corpo dela. -Ela perdeu muito sangue, apesar de não estar ferida. -Nisso ela olharia o tipo sanguíneo dela e iria até outra sala, voltando com um tubo mediano com sangue dentro e este ela colocaria numa de suas máquinas, a qual iniciaria o processo de transfusão.