Capítulo 2 - O Conselho do Ahadi

Ela aceitava o carinho, deixando-se levar e chegando a fechar os olhos, se acalmando aos poucos e sentindo-o limpar suas lágrimas. -Mas e aquele contrato de seu pai e o pai de Naomi? -Perguntou confusa. -Não acha que trará problemas? -Voltou a ficar preocupada até seu estômago roncar. -Acho que estou faminta... Parece que não como à dias. -Comentou botando as mãos na barriga. Nisso Shuri entraria na sala . -Bom dia Irmão, Priya. Imaginei que estivesse acordada, vou retirar os cabos dos aparelhos para que possamos ir tomar café. -Diria ela enquanto olhava no monitor pra saber se estava tudo bem mesmo, e depois foi desligando um fio de cada vez e o monitor foi perdendo o sinal, desligando em seguida. -Não demorem! -Diria Shuri saindo da sala pra ir ao refeitório. No que Priya fosse botar os pés no chão quase cairia novamente, como se suas pernas estivessem bambas ou sem força. -Acho que é efeito colateral da transformação... -Comentou se apoiando na maca e depois de um tempo se firmando com os pés no chão e depois as pernas. Eles poderiam ir pro refeitório, farto como sempre. -Filho, Priya! Bom dia. -Diria Ramona sorrindo pra ambos. -Sinto muito por ontem Sr. Ramona. -Diria ela e sua mãe sorriu. -Não precisa sentir-se querida, não fez por querer. Sente-se. -Responderia ela esperando o Rei pra se servir da comida. -Meu filho, depois preciso falar-te a sós. -Comentou enquanto se servia. -Priya aquilo de ontem foi de mais! Você era aquela cobra gigantesca? -Perguntou animada com o assunto, o que fez Priya se mover desconfortável na cadeira. -Era... -Respondeu mesmo assim forçando um sorriso. -Muito legal! Você fazia kiiiii kkkkiiiiiii pra todo lado. -Disse enquanto tentava imitar o som e encenando.

-Kali Dahaka. -Diria Ramona ao ver que seu filho não se recordava e sua filha não saberia, muito menos Priya. -Sim, principalmente ela. Mas creio que deva ter sido mais complicado por ter sido forçada e não natural. -Comentou sua mãe enquanto comia tranquilamente. Priya olhava pro prato prestando atenção no que Ramona dizia até que começou a comer também, pegando mais coisas e repetindo diversas vezes. -Hahahaha parece que deu muita fome. -Riu Shuri, ela parecia uma leoa comendo e começou a disputar com Pirya quem pegava mais, mesmo que a outra não estivesse de fato disputando. Não demoraria muito para que a mesa farta ficasse praticamente vazia, algo que mesmo com os três felinos não ficava. -Uooo hohohoho, quase acabou a comida. -Disse animada pra mesa enquanto batia na barriga. -Acho que não consigo mais pensar em comida. -Murmurou colocando a mão na boca pra prender um arroto. -Tenha modos menina! -Afirmaria Ramona brava com o comportamento de Shuri. -Desculpe. -Resmungou enquanto sua mãe levantava da mesa e olhava pra Onuris. -Estarei na sala de reunião. -Diria a ele indo para lá  após se despedir com uma breve reverencia. -Pode ir, esperarei aqui. -Disse Priya com feições satisfeita, ficando largada na cadeira.

As duas ficaram ali estateladas na cadeira. Assim que ele chegasse na sala onde sua mãe estava, ela estaria olhando pela janela à sua espera. O sol estava forte e clareava toda a sala pelas gigantescas janelas. -Meu filho, estou preocupada. -Disse ainda olhando pro horizonte esperando que ele se aproximasse. -Tudo isso que está acontecendo, o ataque aos líderes, e agora essa de ontem. -Onuris poderia achar que ela estava falando de Priya ontem, mas caso ele dissesse algo relacionado ela levantaria a mão para que parasse de falar. -Não é dela que digo. -Nisso ela tiraria do bolso uma carta, ou melhor um tipo de pergaminho com dois kanjis, que ele lembraria ter visto no uniforme de Naomi e até em seu sobrenome. -Esta carta veio ontem do pai de Naomi, Sr. Tsukasa Okida. -Ela lhe estenderia a carta para que ele lesse, e lá estaria escrito:

"T'Challa-san, soube o que houve com seu pai, lhe dou meus pêsames pela sua perda e que ele tenha encontrado seu caminho. Por esse motivo estou prolongando o prazo para a troca de promessas entre você e minha filha Naomi para um mês. Dessa forma terá tempo para resolver os problemas de Wakanda.

Ass: Tsukasa Okida"

-Eu sei filho, não acho que namoraria uma garota sem sentir amor. -Disse sua mãe virada pra ele. Ela ouviria tudo o que ele tinha pra falar, o que aconteceu e o que achava, e ela ficaria pensativa. -Espiral negra? Eles estão soltos? -Perguntou preocupada. -Eles são lobisomens, primeiramente conhecidos como Uivadores Brancos. Eram grandes lobos brancos, semelhantes a lobisomens. Bem violentos, tinham suas próprias leis, mas conseguíamos viver em paz. Quando Wakanda estava dividida, eles decidiram invadir Wyrm, e acabaram sendo corrompidos. -Diria ela como se contasse uma pequena história. -Eu não sei bem o que aconteceu com eles lá para se corromperem, mas sei que conseguiram prendê-los lá... Pelo visto não durou muito... -Comentaria de forma triste se aproximando de Onuris e tocando seu rosto com ambas as mãos. -Você tem muita luz de seu pai, de nossa deusa, meu filho. Deves ser forte, se os dançarinos da espiral estão livres, precisaremos de todo apoio possível e se kitsunes podem nos ajudar, serão bem vindos. Creio que iremos encontrar as Nagahs, mas enquanto isso, precisaremos da ajuda deles pra fazer o trabalho delas. -Diria sua mãe deixando que ele decidisse o que fazer, ele teria um mês pra arrumar tudo e se decidir.

Não seria difícil pra Onuris escrever a carta, usando os kanjis e os hiraganas com perfeição, numa ortografia impecável e caligrafia bela, como um lorde da época medieval, contudo sem usar do japonês dessa época. assim que terminasse, sua mãe pegaria para ler, orgulhosa. -Darei para que levem o mais rápido possível para as mãos do pai de Naomi. -Diria guardando a carta e voltando a olhar pra seu filho com orgulho nos olhos. -Tem algo mais que queira conversar comigo? -Perguntaria antes de ir fazer qualquer outra coisa, mas caso ele não tivesse nada a dizer, ela pediria licença e se retiraria.

Ramona saiu após o beijo na mão de seu filho, dando-o a benção. Onuris não demoraria para achar a moça raposa, estando ela na sala de vigilância com algumas de sua equipe e outras da equipe de Danai. Assim que ela ouviu a voz dele, se virou assutada por alguns segundos. -Onuris-san. -Diria ela fazendo reverência. -Fiquem de olho, qualquer coisa me avisem. -Dito isso ela saia junto com ele para ter a conversa a sós, indo para outra sala reservada. -O que houve? -Perguntou ela séria de braços cruzados. Quando ele começou a falar ela descruzou os braços, talvez ela esperasse por outra coisa. -Onuris, você já deixou isso explícito pra mim. Sobre meu pai estar informado sobre tudo o que acontece é porque apesar de estarmos aqui recebendo suas ordens, ele é o cabeça do meu clã, e devo mandar relatórios pra ele. Quando não sou eu, minha braço direito faz. -Explicou a situação pra ele. -Eu entendi que ama Priya, e que fiquei muito tempo fora sem explicação. Não mereço ficar com ciúmes de você, mas não consigo controlar esse sentimento. Ainda gosto muito de você, foi meu primeiro amor e homem... E depois, mesmo com a distância esse amor não enfraqueceu, mas sim se fortaleceu com a saudade. Eu entendo o seu lado, de não ter certeza se eu voltaria um dia, ter se apaixonado por outra, mas entenda o meu. -Falou da mesma maneira que ele, e certamente repararia no amor que ela ainda sentia por ele. -Meu pai é bem tradicional, se quiser se casar com Priya deverá ir com calma com ele... -Disse dolorida em falar aquela frase, mas se manteve firme. -Você disse espiral negra? -Perguntaria ela voltando uma parte da conversa.

-Desculpe, eu esqueci, T'challa. -Disse olhando pro chão ao ser corrigida, mas depois voltando a olhá-lo. -Sim, por isso usei meu fogo nela para que não me ferisse, ao menos não tanto. -Falou um pouco irritada com o jeito que ele disse aquilo. -Na verdade eu tenho duas armas, essa é minha de fato... A outra é feita dos mesmo metais que uma katana, mas também é banhada em águas dos vinte principais templos do Japão. -Comentou. -Porém eu tenho mais dificuldades de usa-la do que a de prata. Mas levei a de prata não só por mim, mas pela informação que me passou. -Disse falando um pouco sobre suas armas. -Acho que meu pai tenha algum livro dizendo sobre eles, mas não tenho certeza... -Comentou pensativa, mas de fato sem ter certeza. -Ainda é incerto o que tramam, mas uma coisa é clara... Ao menos pra mim... Eles querem o poder, se vão conseguir com Ahadi vivo ou não, me parece que tanto faz. Eles já atacaram três, Draco, Ozuzo e as Nagah's... Foram dois répteis e um que seria mistura de cão e gato... Em sequência foi as Nagah's, depois Draco e por ultimo Ozuzo... Deve ter um padrão, não acha? -Perguntou pra ele de forma pensativa enquanto contava nos dedos.