Capítulo 3 - O Templo de Tekhait

Dados

Onuris tentaria conversar com a cobra, alertando-a de seu engano e lembrando-a de sua missão. Isso a faria fechar a boca e olha-lo por um tempo, porém ao terminar de falar ela se contorceria toda, como se algo tomasse o controle de sua mente, e voltaria a atacar. No que ela avançaria nele, os dois iniciariam uma luta de titãs, um batendo no outro. O leão sentiria a resistência de suas escamas em suas garras afiadíssimas, mas o dano que daria nela seria mínimo, mesmo sentindo ter rasgado mais profundamente. Conforme o confronto avançava, ambos recebendo e defendendo golpes, a cobra lançou sua grossa e pesada cauda pra cima do jovem rei, a qual ele não conseguiria defender e foi lançado contra o chão, abrindo uma pequena cratera. A cobra vendo que conseguiu acertar um golpe avassalador no inimigo, voltou a se aproximar rapidamente, rastejando até ele, contudo neste momento, Naomi surge ao lado dele desesperada, o pega pelo braço e com o pouco de força que ainda resta salta com ele pra dentro de um portal que ela cria com um jutsu. Assim que passam Onuris se veria em casa, e na frente dele estaria sua mãe os olhando espantada. Ao tentar se levantar, Onuris sentiria um baque atrás de si e veria um ferrão verde fincado no corpo de Naomi, o atravessando das costas para o peito e a cobra do outro lado do portal com a bocarra aberta. O portal se fecha enquanto a jovem raposa volta pra sua forma humana com dificuldades de respirar e com lágrimas nos olhos. -Meu Deus... Ajudem aqui!! -Gritou a mãe dele desesperada. Conforme ele olhasse pra ela veria suas veias ficando enegrecidas pouco a pouco, no rosto, mãos e pescoço. -Onu... -Murmurou baixo.

O grito de T'challa ecoaria pelo castelo todo, o que deixaria todos tensos e receosos sem saber o que aconteceu, fazendo com que a maior parte dos empregados e não lutadores se recolhessem em seus quartos como faziam em treinos de emergência. No instante em que Onuris pediu pra sua mãe ir até Priya, a mesma o fez, correndo pra onde achava que a garota estava. No mesmo momento em que T'challa pegava Naomi nos braços e a levava para a enfermaria correndo, chutando as portas no decorrer do caminho e não se importando com as guardas que estavam sem saber o que fazer, mas continuando em seus postos. Assim que chegou na enfermaria, veria sua irmã trabalhando em algo no computador, mas assim que ela o viu, se levantou as pressas o levando até uma maca tecnológica para Naomi ficar confortável. -Maninho, farei todo o possível para que ela fique bem. -Diria ela enquanto ligava os aparelhos no corpo da jovem que a cada momento que se passava estava com mais veias enegrecidas, além de estar febril e inconsciente. Não demoraria muito mais que um minuto pra Ramona chegar com Priya na sala, adentrando esbaforidas pela corrida. -O que houve? -Perguntaria ela enquanto se aproximava e se assustava ao ver o estado de Naomi, colocando uma mão na testa da mesma de forma concentrada. -Tem muito veneno nela, qual a quantidade que sobrou de antídoto? -Perguntou pra Shuri, que rapidamente foi até um pequeno freezer e de lá retirou um frasco grande até de antídoto. -É tudo o que temos. - -Não é o suficiente, mas posso tentar expelir o resto forçando. -Comentou preocupada, enquanto Shuri preparava a dose para aplicar em Naomi. -Onu... Onu... -Ela chamava fraco, porém adormecida, mas que deixaria Priya perturbada, que apesar disso continuava ajudando.

Priya olhou pra T'challa conforme ele explicava o que havia acontecido e ficou espantada ao saber que era uma delas. Ele contava tudo, mas quando ele lhe fez aquele pedido foi como se ela se chateasse. -É lógico que vou ajuda-la, não me importa quem ela seja. -Disse somente enquanto observava o efeito do antídoto, ao mesmo passo em que virava Azhi Dahaka humanoide onde as escamas cobriram todo seu corpo, seu rosto mudou levemente e em sua boca haviam duas presas maiores além dos dentes normais. Ela pegou um dos braços de Naomi e perfurou as artérias do pulso. Naomi se remexeria em dor e Priya rapidamente se soltaria dela, cuspindo um líquido verde escuro. -Não posso ajudá-la mais do que com o veneno, ela está contaminada com algo da Wyrm. -Disse enquanto no mesmo instante as veias de Naomi ficavam mais enegrecidas que antes, porém o veneno estava menos efetivo. Priya voltava ao normal sem saber o que fazer, com o olhar perdido sobre a garota, contudo um som de estática seria ouvido na sala de enfermagem e Onuris veria um homem trajando kimono fino, cabelos rebeldes negros medianos, pele clara com tatuagens, uma máscara de raposa diferente do que via nas guardas ou em Naomi, e orelhas negras acima da cabeça, como uma felpuda cauda negra acima da bunda. Ao lado dele, a guarda que estava na enfermaria, ainda se recuperando, mas com sua cabeça no chão em reverência a ele.


-Vim levar Naomi pra casa. -Diria ele de forma fria e seca, olhando pra ela deitada na maca e depois pra Onuris. Seus olhos amarelos brilhavam pelo buraco da máscara.

O kitsune ficou encarando T'challa sem falar mais nada, enquanto a outra que se encontrava no chão ainda olhava pra ele brevemente e se afastava ainda no chão, quase se arrastando. O portal atrás dele ainda estaria aberto, o que constaria um poder razoável, visto que a própria Naomi não o manteve por alguns segundos. Ele não tiraria os olhos de T'challa desde o momento em que o mesmo se pusera em sua frente, e nisso ele calmamente retiraria a máscara. Era um rapaz jovem, e bem bonito, com olhos de cor vermelho-vinho, rosto delicado típico japonês. -Sou primo de Naomi-san, Kurawa Nakamura, braço direito de Tsukasa-dono e primogênito do rei das raposas. -Diria ele de fora fria e direta. -Temos como tratá-la com mais eficiência e chegaremos mais rápido do que você levá-la à sua nave e voar até o templo no estado atual de seu reino e torcermos pra que você consiga protegê-la. Estou ciente da condição dela e estou aqui por ordem de Tsukasa. Se quiser vir, poderá vir, mas somente você. -Disse voltando a olhar pra ela. -Não irei embora sem levá-la comigo, por bem ou por mal. -Diria recolocando a máscara e voltando o olhar pra T'challa. Por sua postura ele era um exímio lutador e ele tinha uma katana consigo, nas costas. Shuri ficou quieta, estava com receio de uma luta ali em sua sala cheia de seus equipamentos, mas se aproximaria de seu irmão o tocando no ombro. Priya também estava quieta, olhando pra raposa de forma irritada, porém sem se mover.

Kurawa manteve sua atenção sob Onuris, ouvindo tudo o que ele dizia sem se mover ou aparentar sair do auto-controle. -Não tem como purificar a água só com os selos, precisa de uma boa quantidade de sacerdotes para deixá-la própria para uma purificação deste nível. -Diria Priya dizendo aquilo instintivamente. Com as ultimas palavras de Onuris, poderia vê-lo fechar os olhos por alguns segundos, voltando a retirar a máscara e aos poucos se ajoelhando até encostar a cabeça sobre o chão, fazendo a guarda dele ficar boquiaberta com a visão e até sorrir de lado. -Peço que perdoe meus atos, não vim aqui buscar mais problemas e inimigos do que já temos, agi de cabeça quente e não farei isso novamente. -Diria ele ainda com a cabeça sobre o chão em silêncio, porém após alguns minutos voltaria a falar, desta vez olhando Onuris e se levantando. -Vocês tem um santuário por aqui? -Perguntaria, porém não esperaria uma resposta imediata, já falando o que pensara. -Posso trazer sacerdotisas e monges para cá, para que o ritual seja feito aqui mesmo, já que não poderá ir. -No que ele falava isso, sua forma se tornava completamente humana e permaneceria sem máscara. Priya olhava indecisa pra Onuris, assim como Shuri, ainda desconfiada. -Como pedido de desculpas espero que aceite um convide para um jantar. Sei que estão em momentos difíceis, então já espero que não seja em breve, mas quando puder. -Continuou olhando envergonhado pra Onuris. -Espero que as damas me desculpem também. Ainda sou jovem e muito acontece neste momento, aqui e lá, mas sei que isso não é desculpa pra eu fazer o que fiz, por isso... -Abaixou novamente o tronco em reverencia. -Me desculpem. -Completou voltando a ficar ereto.

-É só não voltar a fazer isso garotão. -Responderia Shuri ao receber o pedido de desculpas e Priya só meneou com a cabeça, também aceitando. Nisso Onuris aceitaria a mão de Kurawa, aceitando o convite do mesmo e retribuindo-o com outro convite. -Hai. -Disse sorrindo. No que Onuris falasse sobre os templos, o raposo ficaria pensativo. -Então faremos assim, enquanto você leva ela até o templo mais próximo, eu busco os monges e sacerdotisas pra fazer a purificação e te encontro lá. Dessa forma perderemos menos tempo. -Bolaria uma estratégia enquanto recolocava a máscara. -Kuro-san, quero que pegue mais guardas e os leve com vocês para segurança. -No que ele pedira isso, ela entrava pelo portal. -Ela não deve demorar, enquanto isso vou buscar o que falta. -Diria se preparando pra entrar no portal também. -Maninho, me ajude a colocar Naomi nesta maca que é de transporte. -Pediria Shuri enquanto colocava uma maca flutuante e alguns aparelhos minis em comparação aos outros. Não demoraria muito para que Kuro voltasse com mais 4 guardas, eram homens, o que poderia ser uma surpresa e suas armaduras eram diferentes, não eram ninjas como as que acompanhavam Naomi, mas sim guerreiro com espadas e armaduras. -Tudo pronto pra irmos? -Perguntaria Kuro. -Irei deixa-la estabilizada enquanto não chegamos lá. -Quando estivesse tudo pronto poderiam partir para o templo mais próximo.

Outra coisa que Onuris poderia reparar era que eles já estavam em sua forma mestiça, com orelhas e rabo de raposa, preparados pra qualquer batalha que pudesse acontecer. Assim que Naomi estivesse na maca nova, os guardas se dividiriam ficando 2 à frente e 2 atrás, enquanto Kuro ia mais atrás cuidando da retaguarda. Shuri se colocou ao lado esquerdo, para que auxiliasse as máquinas e deixasse Naomi estável, enquanto Priya ia na frente com os dois guardas, os guiando. Onuris poderia escolher o lugar que ficaria durante o trajeto. Não haveria problemas para chegarem no local do templo de Gaia, e lá Zuri olharia espantado pra Onuris e o comboio que vinha juntamente com ele, porém não diria nada, mas permaneceria olhando preocupado. -Zuri, por favor pegue toda a água que puder do templo das Nagah's. -Diria Priya assim que o visse e ele prontamente faria o pedido. O templo estava em perfeitas condições, assim como quando Onuris fez o ritual pra virar rei. Nisso eles chegariam até uma sala em que o piso era areia e no centro a estátua de Gaia em sigmetal. Naomi fora colocada à frente da estátua enquanto os guardas voltavam a se dividir, cercando a sala de modo que ninguém entrava ou saía sem que vissem. Priya ficou próxima de uma parede no canto superior, de olho no que acontecia, e Shuri fazia os últimos preparativos no maquinário. Não demoraria mais que meio minuto de quando chegaram e outro portal se abria ali, porém antes de Kurawa passar por ele, fez uma reverência e só assim adentrou no templo levando consigo uma banheira de ofurô, dando passagem para 3 sacerdotisas e 3 monges. Eles entraram com as cabeças abaixadas em sinal de respeito à entidade do local e se posicionaram em volta da maca. Kurawa fecharia o portal e se dirigiria até ficar ao lado de Onuris, em guarda esperando pelo início da purificação. Zuri chegaria em seguida, passando pelos guardas que o olhariam o reconhecendo de à pouco, e levaria a água até os monges, saindo do local em seguida. Dessa forma as sacerdotisas começaram a purificação da água, utilizando de sua energia, o que faria um brilho branco puro sair de suas mãos e ir para a água, a fazendo reluzir também. Os monges pegaram Naomi e a colocaram dentro da banheira, para que as sacerdotisas pudessem jogar a água em cima dela enquanto os monges recitavam mantras de purificação. Onuris conseguiria entender o que eles diziam e teria a certeza de ser uma purificação elevada. O ritual demoraria cerca de meia hora, até toda a água encher a banheira e tanto os monges e as sacerdotisas unirem forças, entoando o mantra com as mãos direcionadas pra Naomi. A água tremeu algumas vezes e enegreceu enquanto que o corpo da raposa brilhava com o mantra, como se trocasse de lugar com a água. Porém com isso toda aquela tinta negra se formaria numa cobra e se espicharia pra fora da água, fazendo alguns monges se afastarem um pouco, mas sem parar o que faziam. Ela parecia olhar pra todos, mas quando viu Priya mais distante, avançou nela. Ela abriu a boca para abocanhar a garota e uma katana rapidamente a cortou ao meio, fazendo-a pegar fogo azul e sumir antes de encostar no chão. Priya olhava apavorada pra cobra e quando a mesma foi cortada e sumiu, seus olhos miraram Kurawa que estava com sua arma em mãos, e esta tinha um leve brilho azul. -Parece que acabou por aqui. -Disse ele olhando Priya analiticamente, mas depois voltando os olhos pra Naomi enquanto os monges terminavam o ritual, purificando a água que estava transparente e fazendo-a voltar a brilhar junto com a raposa. Assim que terminaram o brilho cessou e eles a botaram de volta na maca, onde ela repousava tranquilamente.