Capítulo 3 - O Templo de Tekhait

Após a conversa dar como encerrada, ambas saíram do escritório pra que ele pudesse ter total concentração no que fazia ali, procurando pelos documentos de seu pai. Ele encontraria alguns documentos sobre a economia, onde continha tudo referente à matéria prima que usavam em tudo, sobre as escavações, onde ficavam as minas, quantas ainda existiam, quantas já haviam esgotado, o quanto usavam; depois encontrou documentos sobre a energia, alimentos e produções. Tudo estava na devida ordem, sem nada alarmante ou com algo estranho. E por ultimo achou alguns documentos referentes à reuniões do Ahadi, contendo o assunto abordado. Em um deles, algum membro tinha dado a ideia de exportar Sigmetal pros outros Países, porém não havia o nome dessa pessoa no relatório e estava dada como resolvida. Em outros continha redistribuição de territórios, afazeres, tecnologia. Com isso, o dia passou sem que percebesse com tantos papéis a serem lidos, e só percebeu o quão tarde estava quando uma leve batida na porta o tirou de sua concentração. -T'challa está aqui? -Perguntou Priya do outro lado da porta. -Sua mãe me pediu para que te chamasse pro jantar. -Continuou ela antes que ele falasse algo.

A janta passou rapidamente, todos comeram outro dos vários banquetes que tinha, um dia diferente do outro, dando uma grande variedade de alimentos. Não teve comida envenenada, nada mais parecia acontecer depois que o cão fora preso, nem mesmo Priya sentindo dores pelas mortes das suas semelhantes, como ele havia prometido. Priya não parecia lembrar-se de tal fato, estava muito calma. As servas logo adentraram na sala pedindo licença e retirando os pratos sujos, talheres usados, e toda a comida restante, porém nem sua mãe nem sua irmã se levantaram. Não demorou e as servas voltaram com um grande bolo branco, com um boneco feito de chocolate, igual ao pai de Onuris. -Eu não quis te atrapalhar, e com tantas coisas na cabeça, imaginei que não se lembraria do aniversário de seu pai. -Comentou Ramona. -Invés de irmos onde seu pai está enterrado, preferi fazer um bolo do tipo que seu pai gostava. -Continuou com uma lágrima rolando pelos rosto, porém sorrindo. Elas acenderam as velas, e então era a hora do parabéns, e não demorou pra começarem a cantar.

Parabéns

Assim que terminaram, uma bomba de fumaça explode num canto da sala e uma ninja aparece um tanto ferida.



Assim que ela vê Onuris se ajoelha e olha pra baixo, com a mão direita sob o coração. -Senhor! Procuramos Naomi por todos os lados, nossa guarda foi atacada e ela sumiu no meio da batalha. -Informou ela ainda em sua forma hibrida.

-Meu filho, mesmo longe, ele tinha muito orgulho de ti, e sabia que seria difícil vê-lo. Por esse motivo decidi por uma festinha. -Disse antes de começarem a cantar. Com o surgimento da raposa, as três também ficaram em alerta, não só com o susto pelo aparecimento repentino dela, como também pelo odor de morte e carnificina que veio com ela. -Fomos pegas desprevenidas... As melhores da nossa guarda estavam com a princesa, estávamos rastreando uma energia estranha que apareceu, e a princesa gosta de ir pessoalmente... -Disse um tanto exausta pelo esforço. -Fomos atacadas por alguns lobos negros e um dragão de olhos vermelhos e couraça dura... -Continuou sua resposta, Shuri se levantava pra ajuda-la a ir para a enfermaria. -Chegada a hora? Meu filho! -Perguntou preocupada com o que ele dizia. -Eles não pareciam tão preocupados com ele pra agora quererem uma troca. -Diria Priya pensativa e preocupada. A raposa olhou pras próprias mãos ensanguentadas antes de aceitar a ajuda um tanto relutante, mas ele entenderia aquilo como algo de sua cultura. -Nos limites do território dos Bagheera. -Responderia ela, sem ter uma localização mais exata. -Dá pra sentir a energia de longe... Não creio que seja difícil achar... -Continuou sendo levada por Priya e Shuri pra enfermaria.

Onuris mostrava seus pensamentos, e botava as estratégias em campo, como um jogo de xadrez. Demonstrava sua força e sua inteligencia bem combinadas, talvez o Rei mais equilibrado que Wakanda já teve durante todos os anos após sua fundação. Priya o olhava admirada e ao mesmo tempo com frio na espinha. A raposa concordou com a cabeça sobre o plano de Onuris. -Vou avisar Danai pra que reforce a guarda. -Diria Shuri enquanto levava a outra pra enfermaria sendo ajudada por Priya. -Sozinho? -Perguntou Ramona preocupada com seu filho, se aproximando dele e pondo sua mão em seu ombro. -Tem certeza que não quer nem que Danai vá contigo? -Ela estava claramente preocupada com o filho, mas não era como se duvidasse de sua força, pelo contrário. Mas era medo de perdê-lo. -Bastet te abençoe meu filho. -Disse ela aceitando o beijo em sua mão e a pondo em sua cabeça. Em seguida ela olharia para uma pulseira que estava em seu pulso, ela era feita de Sigmetal, enegrecida, e no centro finamente entalhado em dourado, uma imagem de um leão com a boca virada pra cada lado.


Ela o entregou à seu filho, deixando-o em sua mão e fechando-a com as suas envolvendo a mão dele. -Tome cuidado. -Diria por fim e deixaria que ele seguisse o caminho pra onde tinha que ir.

Ele poderia se aproximar sem problemas do local onde tratavam a raposa, que agora estava em sua forma humana completa e o olhava angustiada. Pelo cheiro era raposa mesmo, não havia mais nenhum outro cheiro que pudesse indicar problemas para os que ficavam, porém ele sentiria um cheiro leve de resquícios de veneno. Pegou uma das naves do castelo, indo sozinho para que ficassem com o maior número de guardas possível e melhorassem a vigilância. Demoraria alguns minutos para chegar num campo um tanto devastado com algumas árvores caídas e a terra com buracos largos e sinais de que algo debaixo da terra passou por ali e saltou pra fora. Além disso as muralhas do território dos Bagheera, e a energia era de fato forte, algo que faria o pulmão de Onuris travar com alguns segundos, como se o ar fosse rarefeito. Um pouco mais adiante ele poderia ver, graças à altitude, alguns cães e raposas lutando contra eles, assim como a guarda dos Bagheera ajudavam a manter as muralhas. Porém ele não veria o principal, o tal dragão. Estava noite, e a lua cheia iluminava o campo de batalha em conjunto com as luzes da muralha, que iluminava até certo ponto, deixando algumas áreas no completo escuro.

Em sua cabeça havia ainda duvidas quanto ao desaparecimento de Naomi e do dragão, talvez sendo relacionados um ao outro. Com suas habilidades conquistadas através de muito estudo e prática, Onuris se manteria focado em descobrir o que houve ali, e se esgueirando mantendo-se furtivo perante à batalha que acontecia, os inimigos não notariam sua presença, nem os aliados, o que o deixaria tranquilo em seu estudo. No mesmo local da terra remexida por algo abaixo, havia pegadas diversas, que daria a impressão que a batalha acontecia ali em cima quando a criatura de baixo chegou. Farejando o ar rapidamente sentiria o cheiro de Naomi, e este o levaria direto para o buraco de onde saiu o bichano. Não haveria mais terra remexida e isso significava que o bicho tinha saído, mas não entrado de volta. Ele conseguiria sentir o cheiro do dragão, e notaria que não era um simples dragão como a raposa disse, mas sim uma cobra das Nagah's, o que explicaria também o cheiro fraco de veneno na guarda. O cheiro da cobra iria para o leste e Onuris estaria livre pra seguir ou ajudar na batalha.

No que Onuris se transformava em sua forma meio leão, ele se prepara para correr na direção do cheiro da tal cobra gigante, e graças à sua performance muscular melhorada a velocidade na qual corria era bem maior. Não demoraria tanto pra chegar numa ala de floresta e o rastro de destruição mostrava claramente a direção por onde a cobra passou. Conforme se aproximava do fim Onuris repararia que as árvores iam adoecendo até chegar nas ultimas árvores, estando estas podres. Em um raio de 20 metros, a natureza estava completamente devastada e no centro deste outro daquele portal do templo. Ele pulsava aberto e saía dele uma energia forte e densa numa mistura de negro com verde tóxico. Não havia nada por ali, e o cheiro da cobra também terminava ali.

Uma breve incógnita se fez na mente de Onuris naquele momento, entrar lá ou seu reino? Porém um pensamento o fez continuar: Se não conseguisse salvar alguém que ele gostasse, como conseguiria proteger seu reino? Esse pensamento o fez ter certeza do que fazer naquele momento, e se preparando mais, rumou para a entrada do portal pulsante. Era uma energia quente que não queimava, e forte ao ponto dos pelos da juba balançarem sem qualquer vento. Colocando primeiro uma mão, não sentiria resistência e conseguiria colocar o restante do braço pra então o restante do corpo. Ao entrar, era como se ainda estivesse dentro do portal, aquele verde se movia de forma contínua enquanto o restante era negro. Se olhasse pra trás ele veria o campo destruído do qual saiu e para frente só o restante do portal. Por aqueles riscos esverdeados, algumas vezes algo tentava pegá-lo e puxá-lo pra fora, porém ele destroçava tudo o que vinha antes de encostar em si. Isso foi por todo o momento, até que ele ouviria um urro e um grito, este que ele reconheceria ser de Naomi. Se apreçasse o passo encontraria o final do portal e ao sair dele daria de cara com a cobra. Não era como Priya, era menor, mas certamente era uma Nagah. Mais distante estava Naomi, que parecia bem cansada, porém com uma de suas adagas em mãos, embora fosse visível o estado enfraquecido dela, um pouco curvada e ferida. Apesar disso ela olharia para a direção do portal surpresa. -Onu... -Murmurou, ela estava em sua forma completa, algo que ele ainda não havia visto.



Apesar da aparência de raposa, Naomi não perdeu as curvas do corpo e a roupa de ninja lhe caía bem e sua cor era branca. A cobra sibilou alto ao indicar que atacaria, olhando firme pro intruso.