Capítulo 1 - A Morte do Rei

Shuri olhou pra seu irmão completamente assustada. -Mas irmão, não estamos ao vivo pra ele saber que estou hackeando a câmera. -Comentou tirando as mãos da mesa digital e se virando pra ele. -Ok. -Disse se virando novamente pra tela virtual e iniciando seu trabalho. -Ela podia fazer parte dos espiões. -Comentou Naomi surpresa com as habilidades da garota. -Claro, com certeza. Faremos todo possível pra ajudar a achar esse cara. -Aceitou a missão fazendo postura ao receber a ordem. -Em dez minutos estará tudo feito. -Informou Shuri voltando a se virar pra eles. Priya prestava atenção no que diziam, quieta e pensativa, diferente do que Onuris conhecia. -Sem problema. -Diria aceitando ir até o território delas. -Não conheço o lugar, mas pode ser que eu sinta algo né? -Perguntou um pouco tensa com aquilo. Se Onuris já tivesse terminado, Naomi sumiria pra ir fazer o que lhe foi ordenado e em dez minutos Shuri daria pra Onuris várias bolinhas com as gravações e iria pra uma salinha onde traria vários papéis com a foto dele.

-Ok. -Priya seguiria ele pra onde fosse, saindo da sala e o esperando terminar de falar com a irmã. Ela fez sinal de positivo com a mão e voltou para a tela, nisso a porta se fecharia e os dois estariam sozinhos. Assim que ele soltasse a primeira pergunta ela o olharia, daria pra ele notar o quanto abalada ela estava com tudo, ainda mais com o a promessa inesperada dele. -Me sinto como um peixe fora d'água. -Diria olhando pra baixo. -Acho... Acho que esse nunca foi e nunca será meu lugar... -Disse por fim chorando um pouco. -Vamos procurar Danai e resolver isso logo. -Terminaria limpando as lágrimas na manga da roupa e esperaria que ele voltasse a andar, encerrando aquela conversa ali. Demorariam por volta de dez minutos pra chegar, e lá estava bem guardado assim como todo o castelo. Danai observava tudo e quando ouviu as guardas baterem as armas no chão, voltou-se pra trás e viu T'Challa adentrando no local com Priya. -T'Challa! -Fez o mesmo que as outras, porém voltando à postura inicial depois. Ela estaria a ouvidos.

Danai rapidamente os levaria até a nave que os levaria até o território das Nagah's. Não demorariam mais que 30 minutos, contando o trajeto de onde estavam até a nave e até o território. O trajeto foi tranquilo, sem inconvenientes e aterrissariam no chão. Priya sairia depois de Onuris, e Danai, que saiu na frente do rei pra segurança dele. Algumas guardas ficaram dentro da nave, tomando conta dela e de olho caso precisassem de reforço. Priya olharia em volta, o local não tinha sinais de luta ou coisa assim, mas parecia abandonado. Conforme ela andava, olhava ao redor, e parecia não ter um caminho fixo, porém em pouco tempo chegariam ao templo, como se ela soubesse de um atalho, que demorou dez minutos, sendo que pelo caminho conhecido seria meia hora em passo rápido. No templo, uma grande cobra de sigmetal rodeava a construção, como se o protegesse, eles poderiam entrar lá sem problemas apesar do frio na espinha. Era bem grande por dentro, cheio de pilastras com uma língua antiga, mas não era Zulu, escrita em cada uma, pelo que Onuris conseguiria distinguir, era uma pilastra diferente da outra. Como se contasse a história das Nagah's. Assim que chegassem na frente da estátua da deusa, Priya cairia de joelhos e entraria num estado de transe, respirando descompassado e suando frio.

Teste de conhecimento em línguas 1d10+12 (Difícil) =/> 20

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'D10' :

Resultado : 5

Onuris se sentiria hipnotizado pelas escritas das pilastras e iria até lá tentar ler enquanto Danai ficava atenta à Priya. Teria um pouco de dificuldades em ler algumas palavras e frases, não pareciam ter sentido e a escrita além de ser bem antiga, era diferente em alguns pontos e curvas da escrita Zulu. Mas parecia contar o início da criação das Nagah's, onde Tekhait, a gigantesca serpente cuspidora de fogo, bebia do sangue de seus inimigos, dominando territórios indomável durante Eras. Quando um dia um guerreiro, cujo o nome Onuris não conseguiria ler, conseguiu matar a serpente e devolver a paz para os povos. Aquele território ficou inabitável por qualquer animal ou vegetal por causa do veneno da serpente. As Nagah's surgiram do corpo dela, não conseguiria ler como, e com trabalho duro conseguiram retirar todo o veneno do solo e do ar, fazendo a vida voltar para o território. Uma rainha nascia a cada cem anos, e ela era escolhida de alguma forma que também não conseguiria dizer. Essa rainha teria ligação direta com a deusa, quase como se fosse a reencarnação da mesma. Nesse momento Danai tocaria na testa de Priya. -T'Challa, ela está suando muito. -Ao terminar de falar, foi lançada de costas contra uma das pilastras por um movimento rápido da jovem. Ela se levantava lentamente. -Hahahaha... Finalmente a rainha... -Diria uma voz e na rapidez de um piscar de olhos, ao lado de Priya apareceu aquele homem da gravação. Ele pôs uma mão no ombro dela olhando pra Onuris enquanto sorria. -Olá majestade. -Diria num tom sínico fazendo Priya sumir. -Ela estava sumida sabia...? Até ela entrar em contato com a deusa, eu não conseguia encontrá-la... -Disse um tanto perturbado. -Mas o grande rei a trouxe pra mim, muito obrigado. -

O homem ficou parado ali, nem parecia estar vivo. -Hum... Uma intimação complicada de responder e duas perguntas inviáveis de responder... -Disse da mesma forma que antes. -Você sabe como interrogar alguém hahahahaha. -Riu de forma cínica e talvez louca. Ficaria de braços cruzados esperando pelo ataque, e assim que Onuris estivesse perto, descruzaria os braços e receberia o golpe em cheio e seguraria o pulso do agressor com força. Onuris sentiria sua pele queimar e seus ossos ranger. Num segundo golpe sua mascara saiu voando e ele riu mais. -Isso... Desconte sua raiva leão... Eu matei seu pai, foi tão fácil e interessante ver ele fincando fraco a cada dia e se quer repararem nisso... E o que farei com sua namoradinha...? -Disse sorrindo encarando o leão com seus olhos vermelhos reluzentes. -Não tenho porquê te matar agora... -Dito isso ele sumiria da frente de Onuris, o soltando, e apareceria mais a frente, próximo da saída do templo, andando calmamente. -Ponha-se em seu lugar jovem leão... Não conseguirá nada de mim, nem suas respostas, nem minha morte. -Danai se recuperava do baque, se apoiando na pilastra. Apesar do momento, enquanto estava próximo do homem mascarado Onuris poderia sentir cheiro de uma espécie estranha de cão vindo dele, mas junto com isso, uma sensação de morte também invadiria seu ser.

Mesmo depois daquela curta batalha, Onuris correu até seu inimigo que saía do templo andando calmamente, o alcançando e conseguindo o imobilizar com facilidade, sem qualquer resistência por parte dele, que ao sentir seu braço doer o nervo começou a gargalhar. -Você é realmente interessante... Enquanto qualquer um correria de mim, você corre pra mim. -Disse o encarando olhando de relance. -Está irritado por causa do papai? -De alguma forma ele se virou de frente pra Onuris deixando seu braço todo torcido, de uma forma anormal. -Adoro essa feição de ódio! -Riu. -Você não sabe nem 1% do que tenho planejado... Muito menos tudo o que já fiz. -Gargalhou novamente depois de falar tudo aquilo bem próximo. Sumiu novamente voltando a andar enquanto Danai corria até onde Onuris estava. Conforme sumia, Onuris poderia ouvir um som de correntes arrastando no chão e alguns cães uivando. -Que droga é essa?! -Perguntou Danai assustada com o que ouvia, mas nada veio além disso.

Danai obedeceu de imediato, correndo pra dentro da nave e esperando por Onuris pra poder fechar a porta e zarparem. -O que aconteceu lá? -Perguntou completamente perdida. Onuris teria tempo pra explicar a ela ou não, voltariam pro reino com uma sensação não tão boa no peito. Agora seria ir para a reunião de noite torcer pra dar tudo certo. -Como será nossa estratégia T'Challa? -Perguntaria Danai assim que saíssem da nave, andando pra dentro do castelo junto com as outras guardas mais atrás de Onuris.

Danai ouvia atentamente tudo o que Onuris falava e assim que ele terminou faria a reverencia de costume. -Irei até os líderes e os convocarei pra uma reunião de urgência. -Disse saindo de lá para fazer a convocação ao invés de esperar até a noite. Onuris se dirigiria para onde Shuri estava, na sala das câmeras onde ela tinha hackeado. Ela o olhou e por alguns instantes procurou por mais alguém com ele. -Cadê Priya? -Perguntou preocupada enquanto se levantava e ia até o irmão. - O que aconteceu? Pela sua cara não é coisa boa... -Disse o analisando, ela o conhecia bem. -Consegui descobrir o que ele falou... Foi bem difícil e você chegou na hora que descobri. -Começou enquanto mostrava os lábios dele falando lentamente e ela pronunciando um nome. -Ozuzo... -Diria ela preocupada. Ozuzo era o nome do líder dos Ajabas.